Nesta publicação, tendo como base os dados do Censo 2010, produzido pelo IBGE, veremos como estão distribuídas, por número de adeptos, as religiões no Brasil.
Brasil
A Constituição brasileira prevê liberdade de religião e proíbe qualquer tipo de intolerância religiosa. Além disso, a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um país secular ou laico.
Segundo o censo de 2010, a situação do Brasil é a seguinte:
Catolicismo romano | 64,6% | |||
Protestantismo | 22,2% | |||
Sem religião | 8% | |||
Espiritismo | 2% | |||
Outras | 3,1% |
Católicos ainda na liderança
Apesar da perda de espaço, os católicos continuam como maioria absoluta no Brasil. Desde o descobrimento, as ordens e congregações religiosas católicas (Jesuítas, franciscanos, carmelitas, beneditinos entre outras) assumiram serviços nas paróquias e dioceses, a educação nos colégios, a evangelização do indígena, sendo parte importante na vida do país.
.
O organismo que comanda a Igreja Católica no Brasil é a CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Crescimento evangélico
O que mais impressiona em relação aos números do Censo 2010 é o crescimento do seguimento evangélico, principalmente quando comparados aos números de décadas anteriores.
.
Em 1970, 91,8% de brasileiros eram católicos, em 2010, o número caiu para 64,6%. Enquanto isso, os evangélicos cresceram, nesse mesmo período, de 5,2% da população para 22,2%.
Os motivos desse crescimentos são relativamente fáceis de se compreender. A partir da segunda metade do século XX, um fenômeno se intensificou no Brasil, o êxodo rural, que, somado a altas taxas de natalidades, levou a um incremento populacional gigantesco das periferias das cidades. Nesses locais, o Estado pouco penetrou e a Igreja católica, com uma estrutura mais complexa, não se adaptou para acompanhar o rápido crescimento. No vácuo da estrutura católica, surgiram inúmeras igrejas evangélicas. Com uma estrutura mais maleável e ágil, somada a uma linguagem popular, os evangélicos arregimentaram fiéis e levaram apoio espiritual a milhões de brasileiros.
Pelo fato possuir uma grande rede de televisão, a Universal é uma das Igrejas mais renomadas, porém, possui 1,9 milhão de seguidores, bem menos que a primeira colocada. De acordo com o censo de 2010, a Assembleia de Deus é a igreja evangélica com maior número de fiéis, 12 milhões.
Na política, o crescimento evangélico também se faz perceber, inclusive já contando com 73 deputados federais, como pode ser observado em uma reportagem da Carta Capital.
Outras religiões
Os espíritas representam 3,8 milhões de pessoas em nosso país (2% do total), enquanto um número variado de religiões representam 3,1% dos brasileiros, destacando-se entre elas: Testemunhas de Jeová 1,3 milhão, Umbanda 407 mil, Budismo 243 mil, Ortodoxos 130 mil, Judaísmo 107 mil e Islamismo 35 mil.
Infelizmente, nos últimos anos cresceram os casos de intolerância religiosa no Brasil, principalmente contra as minorias citadas acima. Temos que ter muito cuidado para que isso não prolifere.
Minas Gerais
Em Minas, o quadro muda um pouco, com um percentual maior de católicos do que o registrado no Brasil como um todo. Da população mineira, 13,8 milhões de pessoas se consideram católicos (73,32%). O estado possui uma longa história com a igreja católica, principalmente no interior.
.
Quase quatro milhões de mineiros pertencem a igrejas evangélicas das quais destacam-se:
Assembleia de Deus (mais de setecentos mil seguidores), Igreja Batista (mais de quinhentos mil seguidores) e Igreja do Evangelho Quadrangular (quase trezentos e cinquenta mil adeptos).
.
Um fato interessante, cerca de 420 mil pessoas no estado são adeptas do espiritismo, doutrina criada por Alan Kardec e que teve como importante divulgador o médium mineiro Chico Xavier. O médium psicografou mais de 450 livros, tendo vendido mais de 50 milhões de exemplares. É o escritor brasileiro de maior sucesso comercial da história, tendo cedido, em cartório, todos os direitos autorais dos livros para instituições de caridade.
.
Quase um milhão de mineiros, por sua vez, consideram-se sem religião. Desses, setenta mil são ateus¹ e pouco mais de sete mil são agnósticos².
Em nosso próximo texto nosso assunto será o Islamismo. Imperdível!
Espero ter aumentado o conhecimento de todos os leitores. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
1- Ateísmo, num sentido amplo, é a ausência de crença na existência de divindades.
2- Agnóstico é aquele que considera os fenômenos sobrenaturais inacessíveis à compreensão humana. A palavra deriva do termo grego “agnostos” que significa “desconhecido”. Em resumo, para eles não se pode provar a existência de Deus, porém, também não se prova a inexistência.
Publicado em 31.05.2015