Em nosso último texto abordamos a terrível Crise de 29, a maior da história do capitalismo. O post atual mostra as repercussões do problema, que duraram mais de uma década.
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Consequências
Os EUA entraram em uma espiral de desempregos, pobreza e violência, que só chegou ao fim com a II Guerra Mundial, quando, novamente, as empresas norte-americanas voltaram a produzir a pleno vapor. Um aumento no números de suicídios foi detectada, entretanto, não tão grande como a mídia noticia geralmente, veja em uma reportagem do site G1. O site, inclusive, faz um paralelo com a crise de 2008.
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Falências de empresas, desemprego e fome foram o mote dos anos que se seguiram ao problema. Dos 25 mil bancos existentes no país, 11 mil decretaram falência, provocando um medonho efeito dominó em seus correntistas. A criminalidade aumentou e a sociedade ficou bastante agitada, com inúmeros protestos, alguns deles bastante violentos.
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O mundo todo foi afetado. Os EUA, maiores importadores do planeta, diminuíram suas compras, além de cobrarem, principalmente dos europeus, dívidas acumuladas.
O exemplo máximo do caos causado pela crise ocorreu na Alemanha. O desequilíbrio econômico mundial afetou em cheio o país germânico, já duramente cerceado pelo Tratado de Versalhes (1919).
Em um país desgovernado e empobrecido, abriu-se a possibilidade de um partido radical, enfim, se encorpar, prometendo vingança e uma Alemanha forte. Já nas eleições de 1932 o Partido Nazista alcançou 230 cadeiras no parlamento e quase 14 milhões de votos, se tornando o mais poderoso do país. Em 1933, Hitler assumiu o poder, escolhido pelo Reichstag, a casa dos parlamentares alemães. Essa ascensão nazista e suas consequências foram temas em nosso blog a partir do texto 109.
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No Brasil a crise foi essencial para o fim da “Política do Café com Leite”, tema em nosso blog no texto 192, já que os cafeicultores foram duramente afetados pela drástica diminuição de suas vendas ao exterior. Isso deteriorou o poder que acumulavam em suas mãos.
New Deal
Em português o “Novo Acordo”. Foi uma série de medidas tomadas pelo presidente Frank Delano Roosevelt (1933-45) com o objetivo de recuperar o país.
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O programa governamental foi baseado nas ideias do economista britânico Jonh Keynes. Posteriormente, sua forma de pensar foi adotada por todas as potências ocidentais. Contrário ao capitalismo liberal, onde o próprio mercado se regula, Keynes defendia a atuação do governo na economia. Ele defendia também uma maior distribuição da riqueza, ampliando o poder de compra da população em geral.
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Entre as principais medidas do New Deal se destacam:
- Tabelamento imposto pelo governo a algumas commodities, entre elas carvão mineral, petróleo e alguns produtos agrícolas;
- Na área trabalhista tivemos a implementação da jornada de 8 horas diárias e o fim do trabalho infantil. Com isso foi ampliado o número de empregos. Os sindicatos foram legalizados, dando maior suporte ao trabalhador, além da criação de previdência social (Social Security) e salário desemprego. Itens que parecem comuns para nós atualmente, mas inexistentes naquele momento da história nos EUA.
- O Estado passou a controlar a produção das indústrias, para evitar um novo excesso de produtos no mercado;
- Os produtores agrícolas, tão importantes na alimentação do país, receberam empréstimos para quitarem suas dívidas e voltarem a produzir de forma eficaz. Além desse aspecto alimentício, o governo freou o êxodo rural, que já causava estragos nas grandes cidades norte-americanas;
- O governo implementou um audacioso plano de obras públicas, empregando uma enorme massa de trabalhadores que antes estavam sem função. Foram construídos hospitais, escolas, aeroportos, rodovias, usinas hidrelétricas e diversas outras obras de infraestrutura. Além da geração de emprego, essas obras melhoraram a logística industrial e agrícola do país;
- Os salários foram progressivamente aumentados, elevando o poder de compra da população e, naturalmente, aumentando a produção industrial.
- Os bancos e o sistema financeiro passaram a ser regulados pelo Estado, evitando novas especulações e fraudes.
O New Deal durou entre 1933 e 1937. O país não se recuperou totalmente da crise, fato que só ocorreu depois da mais uma Guerra Mundial, mas se estabilizou, o que já foi algo excepcional, dado ao tamanho do problema.
Como todo positivo tem seu negativo, os gastos públicos aumentaram e com eles a dívida pública. Ainda assim, é considerado um plano ambicioso, em um momento de exceção, válido pois estancou a sangria.
2° Guerra Mundial
A crise só foi superada após a maior guerra de todos os tempos. Mais uma vez, a Europa precisou dos recursos norte-americanos, e foram prontamente atendidos.
Os EUA entraram no conflito como o 16º maior força militar do mundo, e saíram como a 1º. Ao fim das batalhas, concentravam 50% da força industrial do mundo, 2/3 do ouro e seu PIB havia dobrado ao longo dos 6 anos de guerra. Também foram os líderes na criação da ONU, localizada em Nova Iorque, e da qual fazem parte do poderoso Conselho de Segurança.
Com suas músicas, filmes e empresas transnacionais passaram a influenciar boa parte do planeta. Uma nova Era teve início no mundo.
Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 04.06.2018