Em nosso último texto abordamos a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra e depois estendida para a França. O post de hoje continua a linha histórica com um novo conjunto de inovações fantásticas, em um nível ainda mais impactante que as anteriores.
2° Revolução Industrial
Uma parte dos historiadores acredita que a Revolução industrial é um período que vai desde 1760 até os dias atuais, sendo dividida em fases (1º, 2º e 3º), já que não existe, de forma explícita, um marco divisor entre elas. O tema central de hoje é a segunda fase.
Situada entre os anos de 1850 e 1950 (próximo ao fim da segunda guerra), consiste em um aprofundamento ainda maior da especialização do trabalho, tema abordado por Charles Chaplin no filme Tempos Modernos. Veio acompanhada de uma série enorme de inovações que, mais uma vez, levou a sociedade a um salto tecnológico. Outro aspecto marcante foi a substituição do carvão mineral por diversas outras fontes.
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Mais uma vez a Inglaterra participou da revolução, assim como a França, Alemanha, Bélgica e Japão. Entretanto, os grandes destaques foram os norte-americanos, que passaram de meros coadjuvantes mundiais no início do processo para maior potência do planeta na porção final do período.
Inovações
Grande parte do que usamos hoje foi inventado durante esse excepcional período. Impressiona a quantidade e a importância dos inventos. Escolhemos algumas inovações como exemplo da grandiosidade do momento:
Motor a Combustão Interna
Uma das maiores invenções de todos os tempos, substituindo os antigos motores a vapor. A partir dessa inovação o petróleo passou a ser a principal energia do mundo, já que seus derivados, entre eles a gasolina e o diesel, passaram a movimentar todo tipo de transporte. Importante lembrar que também existem motores a combustão movidos a gás natural.
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O primeiro motor a combustão de 4 tempos, o mais usado atualmente nos veículos, foi criado em 1876 pelo alemão Nikolaus August Otto. Era muito mais leve e consumia menos combustível que os motores a vapor, que necessitavam de enormes reservatórios para água e carvão. O ciclo Diesel foi desenvolvido por Rudolph Diesel em 1897, com combustão por compressão.
A partir dessa inovação, os motores passaram a ser fechados, abastecidos por algo líquido ou gasoso, permitindo inúmeras invenções móveis, como veremos a seguir.
Automóvel
É notória a importância dos automóveis, sendo desnecessário discorrermos sobre isso. Um importante passo ao seu desenvolvimento foi a criação do motor movido a gasolina, pelo alemão Gottlieb Daimler em 1885. O primeiro automóvel funcionando relativamente como os de hoje foi criado pelo também germânico Karl Benz, tendo sido patenteado em 1886. Ele criou a companhia chamada Benz & Company, que depois se fundiu com a própria Daimler, criada por Gottlieb.
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A popularização do automóvel, ou seja, seu grande salto como bem de consumo, se deu a partir de 1903, quando o norte americano Henry Ford fundou uma companhia com seu sobrenome. Através de um novo modelo de produção, a linha de montagem, popularizou o automóvel, antes restrito a nata da sociedade. Isso foi possível a partir do momento em que a fabricação maciça de carros se refletiu em um preço mais acessível. Esse fantástico aperfeiçoamento na forma de produzir ficou conhecido como fordismo.
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Atualmente, já existem 1,25 bilhão de automóveis no mundo. São 7 pessoas para cada veículo, confiram no site Notícias Automotivas. Os países com mais unidades são os Estados Unidos (263 milhões) e a China (212 milhões). O Brasil vem logo depois do Japão, com 51 milhões, na quarta posição.
Avião
Outra invenção possível a partir do motor a combustão interna foi o avião. Essa novidade ainda hoje é cercada de polêmicas. Os brasileiros tendem acredita que o avião foi criado por Santos Dumond, em 23 de outubro de 1906, quando, com seu avião 14-bis, voou por 60 metros na cidade de Paris. Sendo assim, venceu o prêmio oferecido ao Aeroclube da França para quem conseguisse voar em uma máquina motorizada.
O detalhe é que 3 anos antes do brasileiro realizar sua façanha, os irmãos Orville e Wilbur Wright, através do avião denominado Flyer, vinham fazendo uma série de testes e já haviam conseguido voar inúmeras vezes, cada vez mais ampliando o feito. Como tinham medo da inovação ser copiada, faziam testes secretos, até a patente ser reconhecida. Então, fica a controvérsia, já que Dumond teve seu feito observado por uma multidão em Paris, frente a poucas testemunhas dos norte-americanos.
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O escritor e jornalista Leandro Narloch, sempre envolvido em polêmicas, escreveu um texto onde afirma que os irmãos Wright foram os verdadeiros criadores do avião, confira no site da Revista Veja.
De toda forma nosso foco hoje não é provar quem foi o primeiro, já que, independente disso, a inovação é do início do século XX e transformou a forma de viajar, levar cargas e até mesmo combater as guerras.
Existem hoje cerca de 35 mil aviões comerciais no mundo. Em alguns momentos do dia mais de 1 milhão de pessoas chegam a estar voando simultaneamente.
Outras importantes inovações
- A energia elétrica já era conhecida, mas a sua distribuição a grandes distâncias só foi possível através da corrente alternada, aprimorada por Nikola Tesla.
- Junto a energia elétrica veio a lâmpada incandescente, criada por Thomas Edison em 1879.
- Descoberta uma forma mais moderna de ser fabricar o Aço (processo Bessemer 1856)
- Telefone, criado por Antonio Meucci em 1860. Apesar de Alexandres Graham Bell, que patenteou seu invento somente em 1876, ter levado os louros por muitos anos.
Completam o quadro de inovações: Motocicletas, Fonógrafo, Cinema, Televisão, Plástico, Filme fotográfico, Rádio, Autofalante, Microfone, Raio X, Gramofone, Geladeira, Antibióticos, Vacinas, entre outras.
EUA
Entre todos os países que participaram ativamente da segunda fase da Revolução Industrial, o que mais se destacou foram os EUA, saindo do período como uma superpotência.
O que motivou essa alavancada foi:
- Os EUA possuem um território enorme, 4º maior do mundo, com 9.371.174 Km². Óbvio que esse aspecto, sozinho, não quer dizer muita coisa (vide o Brasil), mas, somado a outros tantos, forma um arcabouço de motivos que explicam o sucesso yankee. Toda essa área foi conquistada através de acordos e guerras, possibilitando, por exemplo, que atualmente o país seja a maior potência agropecuária do mundo.
- Em 1822, o governo dos EUA criou a lei conhecida como Homestead Act, doando 160 acres de terras a quem a cultivasse por cinco anos. A ideia era povoar o oeste americano. Com isso, imigrantes europeus foram atraídos, aumentando a mão de obra, a produção e principalmente criando oportunidade a todos, desconcentrando terras. Deveríamos ter seguido o mesmo exemplo no Brasil.
- A Guerra civil Norte-americana, tema em nosso texto 31, foi fundamental para o sucesso posterior do país. Com a vitória do Norte, o país adotou um sistema de trabalho livre, industrial, capitalista, empreendedor e com forte apoio a educação.
- Na segunda metade do século XIX foram descobertas jazidas de petróleo no país, exatamente no momento em que essa energia se tornava a mais importante do planeta.
- As duas guerras mundiais foram primordiais para o sucesso norte-americano e sua liderança frente as inovações. Os conflitos enfraqueceram a Europa, deixando o continente dependente dos empréstimos yankees.
Já no início do século XX as multinacionais americanas iniciaram suas trajetórias de sucesso, esticando seus tentáculos por todo o planeta. Entre elas podemos citar a General Motors, Ford, Texaco, Esso, Coca-Cola, Johnson & Johnson, Gillete, General Eletric, entre outras.
A partir dessas grandes corporações também vieram a formação de cartéis, trustes, holdings e conglomerados, tema abordado em nosso blog no texto 197.
Nosso próximo texto continua a caminhada, com a 3º Revolução Industrial.
Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 23.08.2018