214. 3º Revolução Industrial (Computação, Telecomunicações, Robótica)

Em nosso último post abordamos inovações da 3º Revolução Industrial, entre elas a biotecnologia e a fantástica corrida espacial. O texto de hoje prossegue no tema, com mais novidades que estão em pleno curso. curso.

Computação e a Revolução “.com”

O anúncio do primeiro computador construído ocorreu em 1946, o ENIAC (Eletronic Numerical Integrator And Computer), marcando o que talvez seja o maior salto tecnológico da história. Funcionava a partir de cartões perfurados e continha 17.468 válvulas. Seu valor atualizado seria cerca de US$ 6 milhões.

Toda essa parafernália vista na foto era o ENIAC. Imagem: Internet.

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Na década de 1970 surgiu o termo PC (Personal Computer) para designar equipamentos de uso pessoal, ou seja, cidadãos passaram ter a possibilidade de comprar seu próprio computador. Em 1981 veio a portabilidade, através do primeiro notebook. Nos últimos anos a tecnologia evoluiu de forma exponencial, tornando o acesso a este bem de consumo mais fácil. Entretanto, o grande salto tecnológico veio com a conexão global entre computadores, chamada de internet.

Em 1969 o Departamento de Defesa dos EUA, em plena Guerra Fria, criou o que seria o protótipo da atual internet, ainda com o nome  “Arpanet” (Advanced Research Projects Agency Network). O Objetivo inicial era promover um contato instantâneo entre os vários setores do governo, além de permitir uma conexão segura caso os meios de comunicações convencionais falhassem durante algum momento de crise. Na década de 1970 algumas universidades tiveram permissão para utilizar a tecnologia e, em 1975, já existiam cerca de 100 sites.

Em 1992 o professor britânico Tim Berners-Lee desenvolveu o navegador,  para que um usuário comum pudesse, não só mandar e-mails, mas navegar pela rede, chamada por ele de World Wide Web. Esse sistema de endereços foi o grande diferencial e é tido como o momento em que a internet chegou ao cidadão comum.

O britânico Timothy John Berners-Lee é o criador da World Wide Web. É considerado o grande responsável pela internet ter se tornado algo imprescindível a nossa vida. Imagem: Internet.

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A partir desse momento a sociedade humana nunca mais seria a mesma. Hoje, estamos intrinsecamente ligados a internet, em todas as áreas possíveis, desde as redes sociais, passando por compras virtuais, pagamentos de contas, guias de trânsito, entre tantas outras funções. Algumas empresas, como a Uber, dependem dessa tecnologia para a própria existência.

Segundo o IBGE, o Brasil possui 116 milhões de pessoas conectadas a internet, 64,7% dos brasileiros acima de 10 anos de idade (site Globo/G1). Esses números são fenomenais, levando-se em consideração que somos um país com enormes desigualdades sociais, onde somente 50% tem acesso, por exemplo, a rede de esgotos.

Não tem como cravarmos, já que isso é subjetivo, mas a computação/internet é, possivelmente, a maior inovação da 3º Revolução industrial. A própria globalização deve muito a essa tecnologia, que permitiu um mundo mais conectado, disseminando conteúdo e informação, com menos fronteiras aos produtos e ao conhecimento.

As 5 maiores empresas do mundo em valor de mercado. Abril/2018. Imagem: Internet.

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Como prova da força do setor, em abril de 2018, das 7 maiores empresas do mundo em valor de mercado, 6 eram ligadas a área de computação/internet:

  • 1 – Apple  US$ 833,25 bilhões
  • 2 – Amazon US$ 734,85 bilhões
  • 3 – Microsoft  US$ 725,78 bilhões
  • 4 – Alphabet/Google  US$ 723,48 bilhões
  • 5 – Facebook – US$ 505,93 bilhões
  • 6 – Berkshire Hathaway – US$ 489,0 bilhões
  • 7 – Alibaba – US$ 439,85 bilhões

Em azul as empresas ligadas diretamente a área de computação. Fonte: Revista Exame

Toyotismo

Após a 2º Guerra mundial, um novo sistema produtivo surgiu no Japão, substituindo o fordismo e taylorismo. Em um país pequeno, sem grandes matérias-primas e  vivendo grande crise pós-guerra, uma indústria mais flexível era prioridade.

A ideia foi produzir com os menores custos possíveis e menos desperdício. Possui esse nome pelo fato de ter sido desenvolvida pela montadora Toyota, entre os anos de 1948 e 1975. A base para isso é o sistema “just in time”, onde a produção está diretamente ligada a demanda, com as peças chegando na fábrica e sendo montadas no automóvel imediatamente, eliminando a necessidade de estoques.

Um detalhe importante é a necessidade de trabalhadores mais aprimorados, conhecedores de várias etapas da produção. Por fim, alto controle de todas as etapas, transparência e enorme organização, conjunto que ficou conhecido como “kanban”.

Telecomunicações

Diretamente conectado ao assunto anterior temos o avanço avassalador das telecomunicações. Quem nasceu em 1977, como o autor deste blog, sabe o quanto era difícil conseguir uma linha fixa de telefone no Brasil durante as décadas de 1980 e início de 1990. Um número telefônico próprio era considerado um patrimônio, sendo até mesmo alugado, servindo como fonte de renda aos proprietários. O mundo mudou, esses fatos ficaram no passado.

Martin Cooper fez a primeira ligação a partir de um telefone celular (já existia em automóveis, mas não totalmente portátil), no dia 3 de abril de 1973. Saiba mais no site Megacurioso.

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O grande salto veio com a comunicação a distância, que vem desde o início do século XX. Entretanto, o celular, como conhecemos, só teve início a partir de 1973, através do Motorola Dynatac 8000X, criado por Martim Cooper. De forma comercial as linhas móveis só passaram a operar mais tarde, em 1979. Em 1994 surgiram os Smartphones, a evolução dos celulares, e o céu é o limite para esse segmento.

A tendência dos celulares era diminuir, até os smartphones  terem preços acessíveis e se popularizarem. A partir daí a tela passou a ficar cada vez maior. Imagem: Internet.

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Atualmente, a vida sem um celular/smartphone é impensável para grande parte da população mundial, seja profissionalmente ou por lazer. Em um mundo com 7,5 bilhões de pessoas, os celulares atingiram a inacreditável marca de 5 bilhões de unidades em funcionamento no ano de 2017. Veja reportagem no site do Jornal O Globo. 

Robótica

Uma grande revolução também ocorreu no ramo conhecido como robótica. Os robôs são máquinas eletromecânicas capazes de realizar tarefas de maneira programada ou autônoma. Possuem inúmeras funções, entre elas substituir com mais qualidade e rapidez o trabalho humano em fábricas. Também podem simular nossa própria espécie, como a robô Sophia, primeiro equipamento desse tipo a receber, de forma oficial, a cidadania de um país, a Arábia Saudita. Através da inteligência artificial, “ela” consegue interpretar e expressar emoções como nós. Se não acreditou nessa impressionante informação,  acesse o link do site do jornal O Globo e confira.

A automação industrial impressiona. Praticamente não se vê humanos nessa montadora de automóveis. Imagem: Internet.

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Se por um lado a robótica amplia os horizontes da indústria e da tecnologia, por outro, causa um enorme debate em relação aos empregos.  A Universidade de Oxford estima que 63,9% dos empregos no mundo estão em risco graças a novas tecnologias, entre elas a robótica. No Brasil, a automação vai alterar a carreira de  15,7 milhões de trabalhadores, confira no site do Jornal Folha de São Paulo. Em um país com quase 13 milhões de desempregados, é uma notícia catastrófica.

Energia

O ramo energético também evoluiu bastante nas últimas décadas, com o surgimento de inúmeras novas matrizes, em geral sustentáveis (exceto a nuclear). Como nosso blog já abordou esse assunto, confira nos links:

59 – Energia Nuclear é a Solução?

60 – Energia Nuclear, Perigosa?

61 – Energia Geotérmica

122 – Biodiesel x Óleo Diesel

123 – Biogás, o Gás do Lixo

168 – Energia Solar

Revolução 4.0

Possivelmente estamos passando por uma nova Revolução Industrial, chamada de 4.0. Mais uma vez estamos passando por inovações que irão mudar nossa forma de produzir, consumir e nos relacionar.

Abaixo, um trecho da opinião de Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado em 2016:

“Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países”.

As melhorias na engenharia genética, um aprofundamento na automação, inteligência artificial, nanotecnologia, internet das coisas, impressões 3D, drones, aplicativos, entre tantas outras coisas estão comandando esta mudança.

Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 03.09.2018