Muitos especialistas afirmam que não existiram duas grandes guerras mundiais. O que ocorreu foi um imenso conflito dividido em duas partes. Os motivos dessa tese é o fato da 2º Guerra Mundial ter sido provocada, principalmente, pelo tratado que finalizou a 1º Guerra, assinado em Versalhes, tema de nosso último texto.
Damos início agora a uma série de 5 textos sobre a 2º Grande Guerra Mundial:
Desastre Alemão
Tendo perdido territórios, regiões com grandes recursos, com a indústria proibida de fabricar armas, exército controlado e pagando enormes dívidas, a Alemanha agonizava. Cerca de 7 milhões de alemães haviam mudado de cidadania, tendo suas regiões (13% da Alemanha) incorporadas por outras nações.
A inflação deteriorava o valor do marco alemão. Entre janeiro e novembro de 1923 o valor do dólar passou de 18 mil para 4 bilhões de marcos. Impressionante!
Em 1931 quase 30 mil empresas alemãs já haviam falido e o desemprego chegava a marca de 4 milhões de alemães.
Em meio a este país em crise, emerge um movimento radical e ambicioso, ofertando alguma esperança ao povo.
Adolf Hitler
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Para analisarmos os dotes artísticos de Hitler, o site Ecos da 2º Guerra nos mostra alguns quadros pintados por ele, confiram.
Com a morte dos pais, sua situação econômica se complicou, até que, durante a 1º Guerra Mundial, foi incorporado ao exército alemão. Lembramos que Áustria e Alemanha são nações de maioria germânica e Hitler sempre defendeu a unificação entre os dois países.
Durante o conflito, Adolf era cabo e tinha uma das missões mais perigosas do exército, mensageiro. Essa era uma das poucas funções militares que não podiam ficar nas trincheiras, tendo que carregar mensagens em todo o front.
Foi ferido duas vezes, uma quase mortalmente por gás. Esse ataque o deixou cego por meses e, após o episódio, diminui seu bigode, já que o mesmo, mais vasto, foi um dos responsáveis pelo não vedamento completo da máscara de gás, resultando em um intoxicamento quase mortal.
Condecorado por bravura com a Cruz de ferro, saiu da guerra com profundas cicatrizes psicológicas, que depois usou como combustível para destilar todo seu ódio e vingança.
Por sua vez, fazendo o contraditório, a revista Galileu desmonta o mito da bravura de Hitler. Segundo um historiador, o papel do líder nazista na 1º Guerra foi secundário, confiram.
Nazismo
Todo país mergulhado em um momento de crise social e econômica, abre espaço para o surgimento e proliferação de ideologias radicais. O período entre guerras foi pródigo em produzir regimes antidemocráticos como afronta ao avanço do comunismo. Entre os países europeus que não se encontravam tão bem economicamente, isso foi mais forte.
A partir do Fascismo italiano, surgiram várias ideologias similares como o Salazarismo em Portugal, o Franquismo na Espanha e o terrível Nazismo alemão.
O nome Nazismo deriva de uma abreviação de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Obviamente esse socialismo no nome nada tem a ver com o comunismo.
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O partido foi fundado em 5 de janeiro de 1919, na Baviera. Adolf Hitler se associou em setembro. Sendo herói de guerra e grande orador, rapidamente se tornou o porta voz da ideologia. Muitos acreditam que Hitler criou os pilares do nazismo, mas não é verdade. O alicerce foi construído por Dietrich Eckart, um profundo anti-semita e mentor do Fuhler. Foi, também, o primeiro a usar o termo Terceiro Reich.
O programa político do partido era centrado no antissemitismo (ódio aos judeus), extremo nacionalismo (explorando o sentimento de vingança contra as potências vencedoras da 1º Guerra) e críticas ao capitalismo internacional.
Ódio aos Judeus
Primeiramente, é necessário entender que judeus, biologicamente, não formam uma raça. Raça é um conceito ideológico e não biológico. Não existem raças entre os seres humanos, sendo os judeus então cidadãos comuns, porém, com uma religião diferente em relação a maioria dos alemães daquela época.
Os judeus são um grupo de indivíduos que se identificam pela religião e cultura.
Não existe uma explicação convincente e definitiva para o ódio dos nazistas em relação aos judeus. Porém, algumas hipóteses podem ser levantadas.
Psicologicamente, a melhor forma de se unir um grupo ou uma nação é criando um inimigo em comum. Os judeus da Alemanha se tornaram o alvo principal. Não eram católicos, possuíam um calendário próprio e não comiam as mesmas comidas dos alemães. Tudo isso é normal, em se tratando de uma religião diferente, mas para os nazistas foi a desculpa para levantar sobre eles todo tipo de acusações.
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Uma das falácias de Hitler era culpar os judeus pela derrota na 1º Guerra Mundial. Dizia que eram espiões e pessoas ligadas aos interesses franceses e ingleses.
Além do aspecto cultural, existe também a questão econômica. Como cidadãos normais, existiam judeus de todas as classes sociais, entretanto, os mais abastados, despertavam o interesse nazista. Ao prender um judeu, todo seu patrimônio era incorporado ao governo alemão.
A editora Abril fez uma análise mais profunda sobre a polêmica, observando aspectos da Idade Média, assim como a participação da Igreja Católica na disseminação do antissemitismo, confiram.
Existem também uma série de especulações sobre a infância de Hitler e seu contato com a comunidade judaica, mas nada disso pode ser confirmado de forma histórica.
Putsch da Cervejaria e Mein Kampf
Em 1923, por graves problemas econômicos, a Alemanha parou de pagar das dívidas acordadas no Tratado de Versalhes. O país então foi invadido pela França e Bélgica, que ocuparam regiões em represália ao não pagamento. Os nazistas, sentindo-se humilhados, tentaram um levante para chegar ao poder na Baviera (Bavária).
A expressão “Putsch” significa golpe em alemão, e “Cervejaria” era o local onde os nazistas se reuniam para discutir e planejar ações. Seria o primeiro passo para a tomada do poder de toda a República de Weimar.
A polícia local controlou a insurgência, vários nazistas foram mortos, fugiram, ou como Hitler, presos. Saiba mais sobre este golpe no site Wikipedia.
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Por ironia do destino, a prisão fez bem a Hitler, levando-se em consideração que, durante os 9 meses que ficou preso, escreveu uma auto biografia, onde expunha todas as suas ideias. O livro se tornou best-seller na Alemanha, sendo considerado uma das principais armas de propaganda do nazismo.
A bíblia nazista, como o livro era conhecido, reunia argumentos e teorias que foram disseminadas pela Europa. O foco era o ódio ao Tratado de Versalhes, judeus, a supremacia ariana e o nacionalismo germânico. Rudolf Hess, seu braço direito, foi coautor da obra, mas deixou toda glória para seu ídolo máximo
O sucesso não foi instantâneo. Em 1925, ano de seu lançamento, o livro só vendeu 9.473 exemplares. Em 1931 foram vendidos 50 mil. No ano em que Hitler chegou ao poder as vendas alcançaram 1 milhão e em 1940, auge do Nazismo na Alemanha, 6 milhões.
Polêmica: Em 2016, Mein Kampf caiu em domínio público e pode ser publicado por qualquer editora, confiram no site Terra. O TJ do RJ, por exemplo, proibiu a comercialização do livro, confiram no site G1.
Próximo texto
Em nosso próximo post veremos a chegada nazistas ao poder e suas terríveis consequências. Imperdível!
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Publicado em 23.03.2016