Ku Klux Klan, termo que imediatamente nos remete a algo ruim, racista e violento. É verdade, mas o que poucas pessoas sabem é que não existiu uma única “KKK”, forma abreviada de se referir a esse grupo terrorista.
O ser humano insiste no erro, por isso é de extrema importância compreender a gênese do grupo, assim como sua atuação ao longo do tempo. Ainda hoje existem adeptos, o que faz desse texto algo ainda maior, já que a luta contra esse tipo de pensamento deve ser incansável.
1º Klan
A origem dessa diabólica associação está ligada a Guerra de Secessão, que provocou um embate entre o Norte abolicionista e o Sul escravista nos EUA (Texto 31). Derrotados e humilhados, em 1866 alguns ex-combatentes confederados resolveram criar um clube social no Tennessee, como forma de resistir às novidades impostas pelo governo central em Washington. O ex-general Nathan Bedford Forrest foi o principal fundador e primeiro grande líder.
.
O nome, possivelmente, remete a palavra grega kyklos, que significa “círculo”, “sociedade”. Daí , derivaram as duas primeiras palavras, Ku Klux. A terceira, Klan, vem do inglês clan (clã), modificada para dar uma maior sonoridade ao grupo, um triplo K. Se autoproclamavam “O Império Invisível do Sul”.
Seus militantes adotaram roupas fantasmagóricas, em geral brancas e com máscaras cônicas. O objetivo era criar terror, além de esconder suas verdadeiras identidades. Praticaram inúmeros atos de violência contra negros, incluindo torturas e os métodos mais brutais de homicídios. Não eram favoráveis a que eles tomassem posse de terras ou participassem da vida social das cidades.
.
Em 1872, através da Suprema Corte, o grupo foi considerado terrorista e banido do território norte-americano.
2º Klan
O ser humano é incrível, capaz de realizar as obras mais belas e insistir em sandices monumentais. Cerca de 4 décadas após o 1º grupo a ideia renasceu, desta vez na Georgia, estado do Sul dos EUA. Recriada por William Joseph Simmons em 1915, já não tinha somente os negros como inimigos. Agora, o ódio também era focado nos imigrantes recentes, católicos e judeus.
.
Essa 2º Klan, remodelada, defendia a supremacia branca protestante e tinha, além do ódio, o nacionalismo exacerbado como sua base. Passeatas gigantescas percorriam as ruas das maiores cidades dos EUA, inclusive Washington. Entre 1920 e 1925 o grupo chegou a ter cerca de 4 a 6 milhões de adeptos. Algo surreal.
.
Evidentemente, flertou com o nazismo alemão, mas o ataque a Pearl Harbor sepultou qualquer tipo de alinhamento entre as duas doutrinas.
A Crise de 29 e posteriormente a 2º Guerra Mundial foram eventos tão poderosos que a falácia racial da Klan se tornou algo menor, mais uma vez perdendo força entre os norte-americanos. A cobrança governamental de uma antiga dívida fiscal foi a pá de cal nessa segunda fase do movimento.
.
A partir de 1944, a KKK não mais conseguiu arrebanhar seguidores como antes, se tornando algo subterrâneo, secreto.
3º Klan
A luta pelos direitos civis ocorrida nos EUA a partir do final da década de 1950, mais uma vez, despertou os demônios dos supremacistas. Em um mundo mais moderno, a Klan se tornou algo difuso. Lutavam contra os negros durante a década de 1960, depois foram adicionados outros alvos, entre eles os muçulmanos, após o 11 de setembro. Atualmente, também focam as atenções nos homossexuais e imigrantes, em especial os latinos.
Cobranças de indenizações contra ações do passado limitaram a organização a um nível bem menor. A infiltração de agentes secretos entre seus membros, descobrindo várias irregularidades e violência, também contribuiu para a diminuição do grupo.
Ainda assim, estão de pé, no governo Trump inclusive ganharam força, estão se sentindo um tanto quanto confortáveis novamente.
.
No século 21, se aliaram a grupos de extrema direita, misturando uma série de ódios em um grande balaio racista e xenófobo. Nos EUA não é crime participar da Klan, é um direito do cidadão, a liberdade de expressão está na constituição do país, desde que não cometa violência contra alguém. Acredita-se que atualmente existam 8 mil pessoas ligadas ao grupo. Algo pequeno em relação ao passado, mas gigantesco frente ao que defendem.
.
Em um país com tremenda tendência a atiradores em série, a Ku Klux Klan em nada ajuda, servindo como disseminadora de uma fúria incompreensível. Em 2015, o grupo completou 150 anos e seus líderes pronunciaram frases de ódio, como pode ser observado em reportagem do site BBC, confiram.
Quer se preparar para o Enem com o Clebinho?
Ligue (31) 99951-3797 e marque sua aula com a Thelma, responsável pela Sala Lannes Belo Horizonte. Siga Professor Clebinho no Instagram! Abraços!
Publicado em 30.07.2019