244. Ku Klux Klan

Ku Klux Klan, termo que imediatamente nos remete a algo ruim, racista e violento. É verdade, mas o que poucas pessoas sabem é que não existiu uma única “KKK”, forma abreviada de se referir a esse grupo terrorista.

O ser humano insiste no erro, por isso é de extrema importância compreender a gênese do grupo, assim como sua atuação ao longo do tempo. Ainda hoje existem adeptos, o que faz desse texto algo ainda maior, já que a luta contra esse tipo de pensamento deve ser incansável.

1º Klan

A origem dessa diabólica associação está ligada a Guerra de Secessão, que provocou um embate entre o Norte abolicionista e o Sul escravista nos EUA (Texto 31). Derrotados e humilhados, em 1866 alguns ex-combatentes confederados resolveram criar um clube social no Tennessee, como forma de resistir às novidades impostas pelo governo central em Washington. O ex-general Nathan Bedford Forrest foi o principal fundador e primeiro grande líder.

Nathan Bedford Forrest foi o fundador e o primeiro grande líder do Ku Klux Klan, em Pulaski, no Tennessee, em 1865. Na imagem, uma polêmica estátua localizada em um parque em Memphis em homenagem a ele. Saiba mais no site do jornal The Washington Post.  

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O nome, possivelmente, remete a palavra grega kyklos, que significa “círculo”, “sociedade”. Daí , derivaram as duas primeiras palavras, Ku Klux. A terceira, Klan, vem do inglês clan (clã), modificada para dar uma maior sonoridade ao grupo, um triplo K. Se autoproclamavam  “O Império Invisível do Sul”.

Seus militantes adotaram roupas fantasmagóricas, em geral brancas e com máscaras cônicas. O objetivo era criar terror, além de esconder suas verdadeiras identidades. Praticaram inúmeros atos de violência contra negros, incluindo torturas e os métodos mais brutais de homicídios. Não eram favoráveis a que eles tomassem posse de terras ou participassem da vida social das cidades.

Membro atual da Klan empunhando uma bandeira dos Confederados, mostrando que a origem do grupo está intimamente ligada a derrota na Guerra Civil Norte-Americana e a abolição da escravidão no país. Imagem: Internet.

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Em 1872, através da Suprema Corte, o grupo foi considerado terrorista e banido do território norte-americano.

2º Klan

O ser humano é incrível, capaz de realizar as obras mais belas e insistir em sandices monumentais. Cerca de 4 décadas após o 1º grupo a ideia renasceu, desta vez na Georgia, estado do Sul dos EUA. Recriada por William Joseph Simmons em 1915, já não tinha somente os negros como inimigos.  Agora, o ódio também era focado nos imigrantes recentes, católicos e judeus.

A data de renascimento da Klan é marcada pelo lançamento do filme  “O Nascimento de uma Nação”, em que de forma deturpada a  KKK aparece como uma força heroica. O filme foi um sucesso de público, mas duramente criticado, sendo banido das telonas. Imagem: Internet.

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Essa 2º Klan, remodelada, defendia a supremacia branca protestante e tinha, além do ódio, o nacionalismo exacerbado como sua base. Passeatas gigantescas percorriam as ruas das maiores cidades dos EUA, inclusive Washington. Entre 1920 e 1925 o grupo chegou a ter cerca de 4 a  6 milhões de adeptos. Algo surreal.

Passeata da Klan em Washington. Imagem: Internet.

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Evidentemente, flertou com o nazismo alemão, mas o ataque a Pearl Harbor sepultou qualquer tipo de alinhamento entre as duas doutrinas.

A Crise de 29 e posteriormente a 2º Guerra Mundial foram eventos tão poderosos que a falácia racial da Klan se tornou algo menor, mais uma vez perdendo força entre os norte-americanos. A cobrança governamental de uma antiga dívida fiscal foi a pá de cal nessa segunda fase do movimento.

Ritual de queima da cruz, em meados da década de 1940, adicionado ao grupo nesse segundo momento. Era um forma de aterrorizar quem via de longe as reuniões do grupo. Em alguns casos, cruzes menores eram queimadas em frente casas de alvos da fraternidade, provocando pavor. Imagem: Internet.

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A partir de 1944, a KKK não mais conseguiu arrebanhar seguidores como antes, se tornando algo subterrâneo, secreto.

3º Klan

A luta pelos direitos civis ocorrida nos EUA a partir do final da década de 1950, mais uma vez, despertou os demônios dos supremacistas. Em um mundo mais moderno, a Klan se tornou algo difuso. Lutavam contra os negros durante a década de 1960, depois foram adicionados outros alvos, entre eles os muçulmanos, após o 11 de setembro. Atualmente, também focam as atenções nos homossexuais e imigrantes, em especial os latinos.

Cobranças de indenizações contra ações do passado limitaram a organização a um nível bem menor. A infiltração de agentes secretos entre seus membros, descobrindo várias irregularidades e violência, também contribuiu para a diminuição do grupo.

Ainda assim, estão de pé, no governo Trump inclusive ganharam força, estão se sentindo um tanto quanto confortáveis novamente.

Atuais membros da Klan. São perigosos, entram nas mentes mais fracas e ainda conseguem arregimentar novos membros. Imagem: Internet.

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No século 21, se aliaram a grupos de extrema direita, misturando uma série de ódios em um grande balaio racista e xenófobo. Nos EUA não é crime participar da Klan, é um direito do cidadão, a liberdade de expressão está na constituição do país, desde que não cometa violência contra alguém. Acredita-se que atualmente existam 8 mil pessoas ligadas ao grupo. Algo pequeno em relação ao passado, mas gigantesco frente ao que defendem.

Estados onde a KKK atua. Imagem: Internet.

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Em um país com tremenda tendência a atiradores em série, a Ku Klux Klan em nada ajuda, servindo como disseminadora de uma fúria incompreensível. Em 2015, o grupo completou 150 anos e seus líderes pronunciaram frases de ódio, como pode ser observado em reportagem do site BBC, confiram.

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Publicado em 30.07.2019