Em nosso último texto abordamos um fragmento da história russa, especificamente a família Romanov, que por séculos dominou o país. Mas, as coisas pioraram no início do século XX e algo muito grande estava prestes a acontecer.
Rasputin
Paralelamente aos problemas citados no texto anterior, tivemos a chegada do mago, curandeiro, profeta, bruxo, religioso ou sabe-se lá o que ele era. Grigori Rasputin nasceu em 1869, na vila de Pokrovskoyena, Sibéria. Com uma vida conturbada, regada a bebedeiras e conflitos pessoais, foi expulso do local. Dessa forma, peregrinou pelo país e se converteu em um religioso da Igreja Ortodoxa Russa.
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Em 1903, chegou a capital da época, São Petersburgo. Galgou degraus sociais e foi se tornando conhecido. Uma áurea de misticismo cercava o religioso, as vezes confundido com feiticeiro. Falava coisas que as pessoas queriam ouvir e se dizia curandeiro. Nessa linha, chegou próximo a czarina Alexandra, que o chamou para curar seu filho Alexei, portador de hemofilia.
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Quem sofre dessa doença pode morrer por causa de um simples corte, já que o sangue não coagula e a hemorragia não cessa. Não se sabe como, ou se foi mero acaso, Rasputin fez suas rezas malucas e o garoto, que estava em estado grave, melhorou. Dessa forma, passou a ser seguido cegamente pela czarina, que acreditava piamente que a vida do filho dependia da proximidade do mago. Muitos diziam que ele tinha o poder da hipnose, daí vinha seus efeitos sobre pessoas.
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Bêbado, tarado, demoníaco, conversador e uma série de outros adjetivos marcavam Rasputin, personagem que não fez nada bem a família real. Pelas tabernas da cidade promovia bebedeiras e orgias, falava que a czarina dependia dele e não era nada humilde. Evidentemente, uma série de boatos relacionando ele a esposa do czar eclodiram por toda cidade. Quando foram vazadas cartas de Alexandra, dizendo amar o siberiano, o caldo entornou de vez.
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Mesmo sabendo que, possivelmente, esse amor não era sexual, ficou difícil explicar a situação. Os conselheiros pessoais do czar, assim como políticos e militares, imploravam a Nicolau II pelo fim das relações com Rasputin. Mas, devido aos apelos da esposa, ele mantinha o feiticeiro por perto.
Uma série de filmes sobre esse personagem já foram produzidos. Vejam a lista no site Tudo Sobre Seu Filme.
1º Guerra Mundial
Nada está tão ruim que não possa piorar. Essa frase se encaixa perfeitamente na situação russa daquela época. Em 1914, o Império Austro-Húngaro declarou guerra a Sérvia, aliada da Rússia. Mesmo em um país caótico pela falta de alimentos, com trabalhares explorados pelo grande capital, Nicolau II comprou a briga sérvia. Como sabemos, as alianças se formaram e foi detonada a 1º Guerra Mundial (Tema em nosso blog no texto 106).
Apesar de ser o maior país do mundo e a maior população da Europa, o exército russo não estava preparado para enfrentar os alemães. Para termos uma noção, em determinadas batalhas existia um rifle para cada 3 soldados. O país era conhecido como “O gigante dos pés de barro”. Inúmeras batalhas foram perdidas, complicando ainda mais a vida do czar.
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Em 1916, um inverno de 40º negativos empurrou 30 milhões de camponeses famintos em direção as cidades na Rússia. Mais uma vez, as greves e protestos pararam o país. Em mais uma decisão equivocada, Nicolau II resolve ir ao front de batalha liderar suas tropas.
O problema é que ele não entendia nada de guerra e o pior, deixou sua esposa como regente do país. O detalhe é que ela era alemã, exatamente o inimigo russo. Esses casamentos entre famílias poderosas de países diferentes eram muito comuns na Europa. Por várias vezes foi acusada de ser uma espiã, algo nunca comprovado, mas bastante discutido pela população.
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No mesmo ano, em 29 de dezembro, Rasputin foi convidado a um jantar no palácio de um dos homens mais ricos da Rússia, Félix Iussupov. Durante o evento, o mago foi envenenado com cianureto, colocado em doces e vinhos. Reza a lenda que ainda assim ele não morreu, sendo baleado pelo dono da casa, que objetivava livrar a família real do homem que piorava, muito, a imagem do czar. O corpo foi lançado em um rio quase congelado.
Rasputin sempre dizia para Alexandra que se fosse assassinado por camponeses russos tudo correria bem. Porém, se a morte fosse provocada pela elite, a família real também morreria por completo. Dito de feito.
Próximo texto
Na sequência, teremos a queda do czarismo, a revolução vermelha e o assassinato brutal da família Romanov.
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Publicado em 29.08.2019