Fechando o 3º texto seguido sobre os rios, vamos aprender a classificá-los de acordo com alguns parâmetros.
1. Foz
É o local onde o rio termina, desaguando em algo, podendo ser outro rio, lago, mar, entre outros.
Em todas as aulas sobre esse assunto me perguntam sobre Foz do Iguaçu. O nome deriva da localização da cidade, ao lado de onde o rio Iguaçu deságua no rio Paraná. Portanto, a palavra foz nada tem a ver com as cataratas em si, como o nome pode fazer parecer.
A foz de um rio pode apresentar 3 formatos básicos:
1.1 Estuário: É o tipo mais comum e consiste no fato do rio desaguar através de um único canal. No Brasil, a maioria esmagadora dos rios terminam com este formato.
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1.2 Delta: Recebe este nome quando a foz do rio se ramifica em dezenas de canais antes de desaguar. É extremamente favorável à agricultura, já que distribui a água por uma área muito maior. O nome deriva da letra grega Delta, representada por um triângulo, formato típico dessa foz. No Brasil, somente o Rio Parnaíba deságua neste formato.
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1.3 Mista: Existe quando a foz possui mais de um canal, porém, não chega a se ramificar a ponto de ter dezenas, ficando no meio do caminho entre os itens anteriores. Em geral, possuem um ou dois grandes canais e outros pequenos, um meio termo entre Estuário e Delta.
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2 – Drenagem
Drenar é escoar a água de um local para outro. Portanto, esta classificação nos remete ao local para onde o rio flui.
2.1 Exorreica: A maioria das pessoas acredita que todos os rios correm para o mar, mesmo que seja de forma indireta, através de outros rios onde deságua. Este item faz a frase fazer sentido, já que, realmente, a maioria dos rios deságuam para fora do continente, ou seja, nos oceanos e mares. Daí o nome Exo (fora) rreica (deriva do grego flui – roés).
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2.2 Endorreica: Nem todos os rios deságuam no mar. Este item representa alguns que deságuam em massas de água sem contato com os oceanos, portanto presas dentro (endo) do continente. Um exemplo é o Rio Volga, que deságua no Mar Cáspio. O detalhe é que, mesmo se chamando mar, o Cáspio na verdade é um lago de água salgada, cercado por terras. Saiba mais sobre a classificação dos mares fachados em nosso texto 170.
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2.3 Arreica: Em geral, são rios que passam por regiões desértica, não tendo força para se conectarem a outra massa de água. Neste caso, o líquido evapora, parte infiltra no solo e em algum momento ele para de correr. Então usamos a letra A de negação, a água não flui completamente, não existe um ponto final fixo.
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2.4 Criptorreica: Rios que fluem por debaixo da terra, através de cavernas. A palavra Cripta significa uma construção subterrânea, em geral de pedra, utilizada na parte inferior das igrejas para enterrar pessoas ou relíquias. O termo vem do grego kryptē e do latim crypta.
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3- Água
Neste quesito, temos 3 tipos de rios:
3.1 Perenes: Rios que possuem água o ano todo. É o tipo mais comum.
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3.2 Intermitentes ou Temporários: Neste caso, durante uma época do ano o rio seca. No sertão nordestino este fenômeno é bastante comum, já que no clima semi-árido chega a ficar 9 meses sem chover.
Como exemplo, o famoso rio São Francisco é perene e nasce em Minas Gerais, porém, percorre o sertão do NE, possuindo 168 afluentes, sendo 69 intermitentes.
Rios que congelam em um período do ano também podem ser classificados neste item.
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3.3 Efêmeros: Só ocorrem em momentos de chuvas muito fortes, durando horas ou dias. Na verdade, estão mais para torrentes ou enxurradas, mas por seguirem um caminho fixo, recebem a classificação como rios.
4 – Regime Fluvial
É aquilo que alimenta o rio, de onde vem sua água.
4.1 Pluvial: Rios bastecidos pelas chuvas. Mesmo sabendo que as nascentes é que fornecem as águas para os rios, antes disso elas precisam ser abastecidas pelas águas da chuvas, que caem e se infiltram no solo, chegando até as rochas permeáveis subterrâneas. Quando cheios, esses depósitos hídricos expelem água, formando as minas d’água.
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4.2 Térmico ou Níval: Rios abastecidos pelo degelo. Muito comuns em regiões de altas montanhas, como os Andes, Alpes e Himalaia.
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4.3 Misto ou Complexo: Neste caso, os rios recebem águas das duas fontes anteriores, chuvas e degelos. Um exemplo clássico é o Amazonas, abastecido por chuvas no Brasil e por descongelamentos em suas nascentes nos Andes.
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5 – Relevo
Os acidentes naturais influenciam em relação ao que os rios podem nos proporcionar. Neste sentido, temos rios de:
5.1 Planalto: São rios que correm em relevos acidentados, vales encaixados e rupturas de declive (cachoeiras). A maioria dos rios do Brasil são desse tipo, o que favorece a geração de energia, facilitando seu represamento e consequente formação de uma represa com nível elevado de água. Por outro lado, prejudica a navegação, pela necessidade constante de transpor obstáculos naturais.
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5.2 Planície: Correm em regiões quase planas, favorecendo a navegação e dificultando o represamento para geração de energia. Ao barrar um rio desses, como foi o caso da Hidrelétrica de Balbina, as águas vão para os lados, elevando muito pouco o nível. Dessa forma, temos um lago imenso, porém sem altura, necessária para a pressão que empurra a água em direção aos tubos e turbinas.
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Enfim, demos uma boa geral nos tipos de rios, tão importantes para nossa vida.
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Publicado em 30.09.2019