A partir da década de 1960, 4 “países” mostraram ao mundo um incrível crescimento econômico, assustador, usando um modus operandi que assombrou o mundo. O termo deriva da ferocidade do tigre, animal asiático que inspirou o nome do clube.
Coreia do Sul, Taiwan e Cingapura realmente são países. O 4º membro é Hong Kong, antes um protetorado britânico em pelo solo chinês. Devolvido a China em 1997, goza de alguma autonomia em relação a Pequim. Inclusive, atualmente, enormes protestos assolam a ilha, causados pela fúria da população em relação a possibilidade de diminuição dessa liberdade. Mas, isso será tema em um outro momento.
Japão
Tudo teve início com os japoneses, primeiros a investirem em industrialização na região. Completamente destruídos após a 2º Guerra, reergueram um país fantástico, “monstro” industrial. Atualmente, é a 3º maior economia do mundo, mesmo em um país pequeno e 80% montanhoso. Alguns anos após a guerra o país já estava de pé. Com um território já no limite da industrialização, as empresas japonesas passaram a procurar novos locais para expandirem suas produções.
A procura os levou aos 4 protagonistas do texto, que haviam investido pesado em educação e cursos profissionalizantes, além de possuírem uma população disciplinada e empenhada nos resultados das empresas. Também reduziram impostos e investiram em infraestrutura. Ainda hoje esses “países” possuem portos listados entre os maiores do mundo. Os felinos asiáticos estavam no lugar certo, na hora certa e com a visão correta, foram escolhidos e iniciaram um forte processo de industrialização.
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A atração de transnacionais ocorreu de forma simultânea ao incremento de transportes, energia e telecomunicações. Diferente de países como Brasil e México, as empresas que se instalavam nos tigres tinham como foco o comércio mundial, não o local.
Esse modelo de negócio ficou conhecido como plataforma de exportação, de onde saíam produtos para o mundo todo. Estar na Ásia, local que concentra 60% da população mundial, também ajudou bastante.
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Por aqui, optamos pelo processo de substituir importações, produzindo no Brasil o que comprávamos de fora, ou seja, o mercado local se tornou a prioridade em detrimento ao mundial.
Qualquer criança sabe que o mercado global é maior que qualquer país, por isso o grande acerto dos tigres. Ainda tem outro aspecto, o investimento era focado em produtos com valores agregados, sempre com uma margem de lucro maior que produtos primários, o grande e eterno foco do Brasil quando o assunto é exportação.
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Em minha adolescência em Belo Horizonte, lembro muito bem de comprar tênis, bonés e produtos eletrônicos feitos em Hong Kong, Taiwan e Cingapura. Depois, vieram outros países.
Novos Tigres
O sucesso transbordou e chegou a outros países. Dentro da Coreia do Sul surgiram empresas próprias de renome mundial, como Hyundai, LG e Samsung. Elas também queriam expandir suas ações pela Ásia.
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A entrada no século 21 marcou a chegada de novos players, imitando os tigres iniciais e se aproveitando das próprias empresas instaladas neles, que agora queriam expandir e buscar novas fontes de mão de obra barata. Países como Filipinas, Malásia, Indonésia e Tailândia se tornaram os Tigres Asiáticos de 2º Geração ou simplesmente Novos Tigres.
A Tailândia foi ainda mais longe, investiu maciçamente em turismo, sendo hoje um dos países mais visitados do mundo. Em vários rankings, Bangkok aparece com a cidade que mais recebe turistas no mundo. Mesmo não atingindo o sucesso dos primeiros tigres, os novos tiveram grande aceleração econômica.
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Entre todos, a Coreia do Sul se destaca, sendo considerada o único país subdesenvolvido a se tornar desenvolvido. Cingapura também pode entrar nesse hall, porém ela é só uma cidade, o que torna o feito menos impressionante. Taiwan vive às turras com a China, que considera o local território chinês e Hong Kong já citamos anteriormente.
China
Falando no Dragão, ele observou o crescimento dos vizinhos e copiou a fórmula, com o estilo chinês de misturar capitalismo com socialismo. Criou as Zonas Econômicas Especiais e simplesmente ganhou a cena na Ásia, se tornando o centro industrial do continente. Em parte, roubou o protagonismo dos tigres nos últimos 20 anos, que tiveram que investir em produtos cada vez mais tecnológicos para fugirem da competição.
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Com um número ilimitado de mão de obra, que por sua vez também é mercado consumidor, infraestrutura cada dia melhor e uma ditadura que impede qualquer questionamento, ficou difícil competir com o gigante vermelho.
A fórmula está na mesa, todos conhecem. Investir em educação, qualificação profissional, infraestrutura e produtos de maior valor agregado. O Brasil, em geral, faz exatamente o contrário. Eles são os tigres asiáticos e nós o gato latino.
TICKs
Para finalizar, uma constatação. Alguns especialistas do mercado financeiro não estão mais chamando os promissores países subdesenvolvidos de BRICS. Retiraram Brasil e Rússia, muito dependentes de produtos primários (commodities) e substituíram por Taiwan e Coreia do Sul (South Korea).
Triste realidade, mas os BRICS não são mais os queridinhos do mercado. Além de um acrônimo interessante, já que TICKs significa carrapato em inglês, mais uma vez estamos fora do foco internacional.
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PS: A África do Sul também faz parte dos BRICS, mas não dos 4 originais, portanto nem entrou no novo termo, TICKs.
Publicado em 28.11.2019