Em nosso último texto, entendemos melhor os motivos do fantástico crescimento chinês. Além disso, vimos que um problema está se formando no país, o excesso de construções. Para ampliar ainda mais o conhecimento, trouxemos hoje mais uma cidade fantasma e os riscos de uma crise chinesa para o Brasil e o mundo.
Tianducheng
Na verdade, Tianducheng não é uma cidade, mas sim um enorme, moderno e espetacular condomínio localizado na cidade de Hangzhou, província de Zhejiang,
O condomínio foi projetado para ser uma réplica de Paris e abrigar mais de 10 mil pessoas. O problema é que foi lançado em 2007 e hoje é habitado por menos de duas mil. É mais um exemplo do exagero chinês em incentivar a construção civil a qualquer preço.
Constrói, incentiva o emprego, impulsiona a economia, mas não vende.
No local existe inclusive uma réplica da Torre Eiffel, com 108 metros de altura. Para comparação, a original possui 301 metros do chão ao topo.
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A revista Veja, da editora abril, publicou um slide show com várias imagens deste impressionante local, confiram.
Bolha imobiliária
Na China, construiu-se tantos imóveis novos que não existem compradores para todos. Com o excesso de oferta, a qualquer momento pode ocorrer uma queda brusca nos preços, de 30% a 60%, levando os governos das províncias, milhares de investidores e empresas a bancarrota.
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A própria queda das ações da bolsa chinesa, ocorrida nos últimos dias, já é um sinal que o crescimento do país talvez não se sustente mais, pelo menos no atual patamar. O crescimento chinês, que orbitava o patamar de 10% poderá cair para algo próximo a 5%, dizem os especialistas.
A dúvida, sempre presente quando se trata de economia, é se essa derrapada chinesa é apenas um episódio ou significa o fim de um enorme clico de crescimento induzido pelas exportações e construção civil.
O renomado economista Ricardo Amorim, participante do programa Manhattan Connection, alerta para o perigo de uma bolha imobiliária no Brasil e na China. Confiram no blog Ricam.
Importância da China para o Brasil
A própria presidenta Dilma reafirmou este ano, no Blog do Planalto, a importância do país asiático para nossa economia.
Para se ter uma ideia, segundo o site do Ministério da Agricultura, nos 6 primeiros meses de 2015, mesmo decrescendo em relação ao ano passado, os chineses compraram 27,2% do total exportado pelo agronegócio brasileiro. O total apurado foi de US$ 11,75 bilhões. Convertendo para Real, na cotação atual, chegamos a cerca de R$ 43 milhões.
Em junho deste ano, a presidenta do Brasil e o ministro chinês assinaram dezenas de acordos que ampliaram as relações entre os dois países. Os acordos favorecem a Petrobras, a Vale e a Embraer. Existe, inclusive, a intenção de se construir uma ferrovia, chamada de Bioceânica. Ela conectaria o Brasil ao Oceano Pacífico, reduzindo o tempo de viagem nas exportações para a China.
Problema lá, tragédia aqui
Como maior comprador e parceiro comercial do Brasil desde 2009, qualquer tosse do Dragão Chinês pode virar uma pneumonia para nós.
Um dos pontos preocupantes é que, após a crise da Grécia, uma nova crise na China faria os investidores fugirem dos mercados emergentes ou cobrarem um preço maior para colocar dinheiro nesses países.
Outro importante fator direto é que um menor consumo chinês, impacta diretamente o preço das commodities¹. Hoje, o minério de ferro, a soja e seus derivados representam um quarto das vendas externas do Brasil e a China é, de longe, o principal mercado para esses produtos.
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Como nossa economia já anda aos trancos e barrancos, a situação pode piorar bastante se as exportações diminuírem.
Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
1 – Commodities – É uma palavra em inglês, é o plural de commodity, que significa mercadoria. Esta palavra é usada para descrever produtos de baixo valor agregado, que não sofrem grandes modificações antes de sua venda.Os exemplos são frutas, legumes, cereais, petróleo, minérios e alguns metais. O preço desses produtos é internacional, negociado em bolsas e depende da oferta e procura.
Publicado em 09.09.2015