Em nosso último texto, acompanhamos o processo de criação do Estado de Israel. O problema é que os países árabes muçulmanos, derrotados na votação da ONU, não aceitaram a criação de um país judeu no coração do Oriente Médio.
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Guerra da Independência 1948
Um dia após a declaração de independência de Israel, em maio de 1948, o recém criado país foi atacado por um conglomerado de países que envolvia Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria.
Os judeus não tiveram tempo para comemorar, resistiram ao ataque e ainda ampliaram seu território original, de 14.500 Km² para 20.900 Km². Os países árabes ocuparam o restante, que deveria ser a Palestina.
O mapa abaixo mostra como deveria ser a partilha votada na ONU. De Branco o país judeu, de verde o país palestino. Percebam como após a Guerra da Independência, o lado judeu já ficou maior.
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Os palestinos reclamam até hoje por não terem um país, mas foram os próprios países árabes que, invadindo Israel, complicaram o processo.
Após esta primeira guerra se inicia um dos mais graves problemas até hoje não resolvidos. Cerca de 300 mil palestinos, que viviam na região reservada para os judeus, foram expulsos de suas terras e se refugiaram nos países vizinhos e em Gaza, região dominada pelo Egito neste momento. Hoje, eles são milhões.
Guerra de Suez 1956
Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser resolveu nacionalizar o canal de Suez. Isso impediria a passagem de navios israelenses além de expulsar a empresa Anglo-francesa que controlava o local.
Apoiado pela Inglaterra e França, Israel invade o Egito, vence a batalha, controla o canal e ainda conquista a Península do Sinai.
Sob pressão dos soviéticos, que inclusive ameaçaram intervir no conflito junto aos egípcios, Israel recua e libera a região conquistada. Porém, a contrapartida foi a liberação do Canal de Suez para os navios israelenses.
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A guerra durou apenas duas semanas. O presidente egípcio saiu como herói pois conseguiu seu intento de nacionalizar o canal. Por outro lado, Israel, definitivamente, demonstra seu poder bélico para o mundo árabe.
Em 2015 o Egito inaugurou a expansão do Canal de Suez, uma obra faraônica, saiba mais no site da BBC.
OLP
Dentro do território israelense (onde seria a Palestina), no ano de 1964, surge a OLP (Organização para Libertação da Palestina), grupo político e paramilitar com o objetivo de criar um país para os milhões de árabes palestinos. Saiba mais sobre a OLP, o Hamas e outros grupos surgidos na Palestina no site da Revista Mundo Estranho.
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A OLP se tornou a maior força de resistência nas décadas subsequentes.
Guerra dos 6 dias – 1967
Humilhados pelas duas derrotas anteriores, Egito e Síria começam a movimentar suas tropas na fronteira com Israel. Outro país da região, a Jordânia, também resolve se aliar aos egípcios.
Vendo a situação se deteriorar e desconfiado de um ataque contra seu território, Israel pratica uma ofensiva preventiva. Antes de decolarem, toda a frota aérea egípcia e síria são aniquiladas por ataques aéreos israelenses. Em apenas 132 horas, os judeus avançam sobre seus vizinhos e vencem mais uma guerra.
Israel incorpora ao seu território as Colinas de Golã (Síria), a Faixa de Gaza e a Península do Sinai (Egito) e a Cisjordânia e Jerusalém Oriental (Jordânia). Os judeus ampliam seu território de cerca de 20 mil Km² para 102.400 Km².
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Com o apoio norte-americano, Israel se torna invencível no Oriente Médio.
Antes do próximo conflito, não podemos deixar de apontar um incrível ataque terrorista contra os interesses israelenses. O triste fato ocorreu nas Olimpíadas de Munique, em 1972, tema abordado em nosso blog.
Guerra do Yom Kippur 1973
Neste momento, Israel é um jovem país com apenas 25 anos de existência. Mais uma vez, Egito e Síria se articulam para recuperar seus territórios perdidos na Guerra dos Seis dias. A data escolhida para o ataque surpresa foi o dia do Yom Kippur¹ (Dia do Perdão em hebraico), o mais sagrado para os judeus.
Os israelenses não esperavam mais um ataque dos árabes em um dia de reza e preces e, principalmente, após 3 vitórias sobre eles.
De guarda baixa, os judeus foram surpreendidos. O início do conflito foi favorável aos árabes, que avançaram sobre os seus antigos territórios. Entre todos os conflitos árabe-israelenses, este ficou conhecido como um dos momentos de maior risco para a existência de Israel.
Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa dos israelenses. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Inclusive o exército judeu chegou a 32 Km da capital da Síria e a 100 Km da egípcia.
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Mais uma vez a URSS ameaçou entrar no conflito ao lado dos árabes, já que Israel tinha o apoio norte-americano. Com risco da guerra se tornar um conflito entre as maiores potências do mundo, um cessar-fogo foi assinado 20 dias após o início das batalhas.
Israel não devolveu os territórios ocupados. Agora já são 4 vitórias israelenses contra os árabes.
1º Choque do petróleo
A Guerra do Yom Kippur gerou uma importante consequência. Os países árabes produtores de petróleo e membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) resolveram boicotar as nações que, de alguma forma, apoiavam Israel. Com a restrição de venda, o preço do barril explodiu, proporcionando o 1º choque do Petróleo. Saiba mais no site InfoEscola
Minha experiência com estudantes de Israel
Quando eu estudava na UFMG, conheci alguns israelenses que estavam por aqui fazendo intercâmbio. Eram rapazes comuns, com aspecto, roupas e um modo de vida ocidentalizado. Como todo jovem israelense, haviam servido no exército por três anos. As Mulheres também não escapam, são obrigadas a servirem por dois anos.
Dito isso, perguntei a eles como nunca haviam perdido uma guerra. A resposta foi simples:
– Não perdemos porque não podíamos, seria o fim de nosso país!
A resposta foi meio óbvia, mas me fez pensar bastante. Consegui entender melhor a situação!
Finalizaremos o tema mostrando muito mais. Tem acordo de paz, invasão no Líbano, revoltas populares e uma série de acontecimentos. Imperdível!
Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 23.09.2015
1 – Dia do Yom Kippur – O Dia do Perdão, é a mais importante e sagrada festividade do Judaísmo. É um dia de jejum e reza que é celebrado no décimo mês Hebraico de Tishrei, 10 dias após Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico. Yom Kippur marca o final dos “Dez Dias de Arrependimento” e concede aos Judeus a última oportunidade de obter perdão e absolvição por seus pecados do ano que terminou.
Parabéns pelos textos, com muitos detalhes interessantes.