Atualmente, nada vem causando maior terror e repulsa nos cidadãos do planeta do que o Estado Islâmico. Nosso blog mergulha de ponta neste grupo que vem balançando as estruturas mundiais.
Nome
Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS), antigo ISIS, é uma organização jihadista presente no Oriente Médio. O grupo é conhecido em árabe como ad-Dawlat al-Islāmiyah fī al-ʿIrāq wa sh-Shām, levando ao acrônimo árabe Da’ish ou Daesh.
Origem
O início deste grupo radical remonta aos atentados de 11 de Setembro, em Nova Iorque. O fato, ocorrido em 2001, desencadeou mais tarde, em 2003, uma feroz ação dos EUA em território iraquiano.
Os motivos da intervenção norte americana no Iraque até hoje são nebulosos, já que 15 dos 19 envolvidos no atentado eram sauditas. Não existia sequer um iraquiano entre os terroristas.
Provavelmente, por deter a 2º maior reserva de petróleo do mundo, o Iraque tenha chamado a atenção de George Bush, que perpetrou uma invasão colossal ao país com 148 mil homens, somados a 45 mil ingleses.
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O Estado Islâmico surgiu como uma célula da Al-Qaeda, grupo terrorista liderado por Osama Bin Laden, em território iraquiano. Eram o braço iraquiano do famoso grupo terrorista com o objetivo de fazer frente a invasão yankee. Por estarem na frente de batalha, combatendo diretamente os norte americanos, esta célula começou ganhar cada vez mais prestígio, enquanto os líderes do grupo internacional eram abatidos um a um.
Em 2014, a criatura já estava maior que o criador e o grupo iraquiano rompe com a organização de Osama Bin Laden. Pode parecer surreal, mas a própria Al Qaeda acredita que a abordagem do Daesh é radical demais. Dominar territórios é uma pretensão grande demais na visão dos líderes do grupo terrorista responsável pelos atentados de 11 de setembro.
Entenda melhor a diferença entre as duas entidades no site de notícias G1.
Como pensam?
Os membros do Estado Islâmico são muçulmanos Sunitas e lutam diretamente contra o governo do Iraque, que é, assim como a maioria do país, Xiita.
Os membros do Daesh se guiam por uma interpretação radical da Jihad (guerra santa), e doutrinam seus seguidores a atacarem alvos ocidentais onde quer que estejam. Para os radicais, o ocidente é um poço de degradação e deve ser combatido ferozmente, principalmente os EUA, Israel e em menor grau, a Europa.
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O conflito civil na Síria foi a oportunidade para o Daesh ultrapassar fronteiras. Atuando no país vizinho o grupo arregimentou mais membros, em uma guerra contra o ditador Bashar Hafez al-Assad.
Expandindo seus limites além do Iraque, o grupo foi obtendo vitórias nas batalhas, o que serviu de estímulo para que adolescentes muçulmanos de todo o mundo migrassem para a região do levante, com o intuito de participar das ações.
A estratégia do grupo é recrutar jovens islâmicos insatisfeitos e discriminados, principalmente em países ocidentais, para lutarem uma guerra santa. Na mente desses adolescentes, é uma chance de fazer a diferença na vida, virar um herói, um guerreiro do Islã, um mártir. Europeus e Norte-americanos muçulmanos já foram flagrados combatendo pelo Estado Islâmico.
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A Europa está tentando, de todas as formas, impedir que mais jovens sejam cooptados pelos radicais, sem sucesso. Para cada miliciano recrutado, se paga até 10 mil dólares ao recrutador, como pode ser observado em uma reportagem do Portal de Notícias G1. Até mesmo mulheres se alistam para serem esposas dos combatentes. Para o Daesh, é legítimo se casar aos 9 anos de idade.
O método como os radicais atraem mulheres para a região do Levante pode ser avaliado no site da BBC.
Barbárie
A maior propaganda do grupo são os atos de barbárie cometidos contra os supostos inimigos. Perseguem xiitas, cristão, judeus e coptas, executando, decapitando, queimando e enterrando vivo quem quer que seja. Homossexuais são vendados e jogados de cima de prédios.
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Outra técnica abominável é afogar os inimigos em gaiolas, como divulgado pelo Jornal Extra.
Alguns seres humanos parecem ter uma atração especial pela violência. Quanto mais o Estado Islâmico divulga cenas de seus métodos medievais, mais jovens parecem querer se embrenhar no grupo. Talvez a noção de fazer parte de algo maior, importante, comentado por todos, faça a cabeça de pessoas com parca percepção do óbvio.
As cidades e pessoas que estão sob o domínio do grupo são obrigadas a se converter ao islamismo, além de viverem de acordo com a interpretação que o grupo da a religião. A charia, código de leis islâmicos, é a única lei presente. Um conjunto de regras criado no século VII pelo profeta Maomé.
Outro aspecto bizarro do grupo é a destruição sistemática do patrimônio cultural público dos locais dominados. Ruínas e museus são invadidos e completamente destruídos pelos radicais.
Segundo a CIA, existem cerca de 40 mil soldados no Estado Islâmico. Todos prontos para morrerem pelo que acreditam.
Califado
Após intensificar agressivamente suas ações na Síria e no Iraque, em 29 de junho de 2014, o EIIL declarou oficialmente a criação de um Califado Islâmico em toda a região.
O califa, neste caso Abu Bakr al-Bagdadi, é um sucessor à autoridade política do profeta islâmico Maomé, é o líder. Califado é a forma quase monárquica de se governar um local baseado nas leis islâmicas.
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Conheça mais sobre o líder do Estado Islâmico, um dos homens mais poderosos e procurados da atualidade, no site da Revista Exame.
Em países como Líbia, Iêmen e Afeganistão já se pode notar a presença de militantes do Daesh. O objetivo do grupo é formar um gigantesco califado abrangendo todos os países onde existam muçulmanos.
Financiamento
Um combatente do grupo recebe por mês algo em torno de 500 dólares. O orçamento do Daesh é espetacular, girando na casa de 2 bilhões de dólares por ano.
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A fonte de renda do Estado Islâmico é complexa. A principal forma de arrecadação são os poços de petróleo e gás dominados pelo grupo. Mas também colhem tributos dos cidadãos nas cidades onde dominam.
Traficam cigarros, medicamentos, celulares e pessoas. Até mesmo passaportes são negociados. Tudo é usado para girar a máquina do terror. Confira mais no site da Carta Capital.
Existe uma forte suspeita que países da Península arábica também paguem o grupo para que o horror gerado por eles fique distante. No melhor estilo me pague para não te incomodar.
Coalizão
Os participantes do clã são tão poderosos que atualmente batem de frente com uma coalizão que, pasmem, conta em seus quadros com EUA e Rússia.
O detalhe é que a Rússia é pró Assad, presidente da Síria, enquanto os EUA são totalmente contrários. O único ponto que une os inimigos eternos é o Estado Islâmico.
Nenhum país tem coragem de enviar tropas para lutar em um ambiente tão hostil e contra um grupo tão obscuro. Do alto, bombardeiam locais específicos para diminuir o poder de combate do Daesh, mas a opinião dos especialistas é quase unânime, sem tropas em terra, ninguém vai impedir o avanço dos radicais.
“Isso vai além de tudo que vimos antes”, disse há poucos dias o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, referindo-se ao Estado Islâmico.
O mundo observa atônito o retorno da barbárie em pleno século XXI.
Risco da Generalização
Para finalizar, nosso blog tem total consciência que existem visões radicais sobre a religião dentro do Islã, assim como também acontece com os ultra-ortodoxos judeus e grupos católicos. O IRA, Irish Republic Army, por exemplo, era um grupo terrorista irlandês, formado por pessoas cristãs.
O Islã é uma religião do bem, como mostrado em nosso blog. Não podemos julgar 1,6 bilhão de pessoas, por alguns milhares radicais. A questão não está na religião, mas na mente falha dos seres humanos.
ATUALIZAÇÃO
PS: No dia 16.09.19, 4 anos após esta publicação, o Estado Islâmico está derrotado. Clique no GIF abaixo e vejam nos mapas o fim do Califado.
Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 18.10.2015
Muito bem elaborado os textos, e com informações ainda muito desconhecidas por muitos. Parabéns professor.
Muito obrigado, nossa pretensão é realmente levar mais conhecimento a todos de um a forma simples, objetiva e gratuita.