Euskadi Ta Askatasuna, é o basco para Pátria Basca e Liberdade, nome de um dos grupos terroristas com maior atuação durante o século XX na Europa. Mais conhecidos pela sigla ETA, esse movimento levou pavor durante os anos em que esteve em atividade na Espanha.
País Basco
É um território que, apesar do nome, não é um país independente, mas uma área de 20 mil quilômetros quadrados entre a Espanha e a França. Neste local vivem um povo conhecido como basco que, há 4 mil anos, conserva sua cultura e língua originais.
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Existe uma enorme curiosidade sem relação a língua basca, chamada de eusquera ou euskara. Apesar de muitas tentativas e de hipóteses diversas, não se pôde relacionar a língua dos bascos com qualquer outra língua viva ou extinta. Não se conseguiu sequer filiá-la a alguma família linguística conhecida. É um enorme mistério!
Abaixo um exemplo da língua Euskara:
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Como praticamente todos os locais da Europa, essa região já foi invadida e dominada por diversos povos, entre eles os romanos, visigodos, mouros e francos. No século XV, foi a vez de Espanha e França pegarem, cada um, pedaços desta região. No século XVII, a região basca foi definitivamente incorporada pelos espanhóis e franceses, ficando dividida entre os dois países.
O País Basco é composto por sete regiões tradicionais: Álava, Biscaia, Guipúscoa e Navarra que compõem o território de Hegoalde na Espanha, e Baixa Navarra, Lapurdi e Sola que compõem o território de Iparralde na região francesa.
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É composto por cerca de 2,5 milhões de habitantes atualmente, destes, por volta de 90% estão no lado espanhol da fronteira. Todos eles nutrem grande orgulho de seu passado e tradições. Até mesmo no futebol respingou este problema. A vontade de ter um país para os bascos sempre foi tão presente, que o Athletic Bilbao, maior time da região e presente na 1º divisão espanhola há 80 anos, só aceita jogadores bascos. Veja esta polêmica no site da ESPN.
Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), o povo basco foi contrário ao ditador fascista Francisco Franco. Em represália, foram duramente atacados, os alemães, aliados do general Franco, bombardearam a cidade basca de Guernica, tema de um famoso quadro de Pablo Picasso. Saiba mais sobre esta fantástica obra no site Mundo Escola.
Após a Guerra, para diminuir qualquer sentimento de nacionalismo regional, Franco proibiu o uso da língua basca, assim como o uso de sua bandeira e de práticas e comemorações tradicionais da região.
O efeito foi exatamente o contrário, fazendo florescer um sentimento ainda maior.
ETA
Em 1959, surgiu, no seio da população basca, o movimento conhecido como ETA. Foi uma forma de radicais bascos lutarem pelo direito de expressão, através de sua cultura ancestral. O ideal almejado era a criação de um país a parte da Espanha.
Não tendo como lutar contra um exército formal, a partir de 1968 o grupo passou a praticar atos terroristas, como forma de atingir o governo de Madrid.
Desde então, o ETA foi responsabilizado pela morte de 829 pessoas e por ferimentos causados a milhares de outras, além de dezenas de sequestros. Atualmente, centenas de colaboradores da organização encontram-se presos nas cadeias espanholas e francesas.
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Em 1973 o atentado mais famoso, conseguiram explodir o carro do presidente do governo da Espanha, Luis Carrero Blanco, colaborador de Franco e responsável pela fase final da ditadura. Colocaram uma bomba em um túnel, abaixo de onde o carro do almirante passaria, jogando pedaços do veículo a dezenas de metros, abrindo um enorme buraco na pista.
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O Site UOL fez um apanhado com as principais ações do ETA desde 1968, confiram.
O ETA sempre teve enorme apoio da população basca e até mesmo de uma parte da comunidade internacional, por serem um grupo que lutava contra um regime tirano, mas as coisas mudaram.
Com o final da ditadura de Franco em 1975 e os direitos cedidos pela Constituição de 1978, dando aos bascos total liberdade cultural e linguística, e até mesmo certa autonomia de governo, a guerrilha começou a perder força até mesmo junto a seu próprio povo.
Com liberdade, perdeu-se a lógica de lutar contra o governo espanhol. O ETA continuou, mas a partir de então relativamente isolado. Várias manifestações populares pediram o fim das ações do grupo nas últimas décadas.
Fim do grupo?
Pressionados pela polícia e sem apoio social, em 2010 o ETA anunciou mais uma vez o fim de suas ações terroristas e em 2011 o fim de suas atividades. O detalhe é que, por inúmeras vezes, o grupo já anunciou estas medidas. Como exemplo, em 24 de março de 2006, a organização declarou um cessar-fogo permanente, que foi rompido em 30 de dezembro do mesmo ano, após explodirem um carro-bomba no Terminal 4 do Aeroporto de Barajas, em Madrid. A paz durou apenas 9 meses.
Ano passado, o nacionalismo basco aflorou novamente em uma manifestação pró presos ligados ao ETA, mostrando que o grupo não está morto e esquecido. Confiram no site do jornal português “Público”.
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Com a Espanha passando por grave crise econômica e a Europa tendo que conviver com a entrada maciça de imigrantes ilegais, só o futuro dirá se realmente o continente estará livre desses radicais. O ETA parece estar paralisado, mas a ideia do País Basco continua forte.
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Publicado em 11.11.2015