14. O Exemplo Rapa Nui!

A Ilha de Páscoa, Chile, é um excelente exemplo do que estamos fazendo com nosso planeta, e também, de como poderá ser nosso futuro. Um aviso, um estudo de caso espetacular.

É é um dos locais mais longínquos do planeta Terra. Está localizada a 3.700 Km do continente mais próximo, no meio do Oceano Pacífico. Foi descoberta em 1722, em um domingo de Páscoa, pelo navegador holandês Jacob Roggeveen, daí vem a origem do nome. A ilha tem 163 quilômetros quadrados, metade do município de Belo Horizonte.

Localização da Ilha de Páscoa Fonte:voandonodesconto.blogspot.com.br

Localização da Ilha de Páscoa. Imagem:Internet.

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Bem antes da chegada dos europeus, a ilha experimentou séculos de progresso, com uma floresta robusta, plantações em franca expansão e comida abundante. Porém, ao chegar na ilha, no século XVII, nada disso pôde ser percebido pelo navegador holandês. O que ele viu foi uma ilha árida, com poucas e baixas árvores e praticamente deserta.

Visão aérea da Ilha de Páscoa Fonte:www.epochtimes.com.br

Visão aérea da Ilha de Páscoa. Imagem: Internet.

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No passado, algo deu errado

Pesquisadores afirmam que a ilha foi alcançada por povos polinésios por volta do ano 1000. Entre os séculos XI e XIV a ilha viveu seu auge. O solo vulcânico favorecia a agricultura, água doce e pesca eram recursos abundantes.

Descendente do povo Rapa Nui, vestido como seus antepassados. Fonte: tombolphoto.com/blog/easter-island-2/

Descendente do povo Rapa Nui, vestido como seus antepassados. Imagem: Internet.

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Os Rapa Nuis (nome dos habitantes da ilha) eram comandados por um líder, mas existiam clãs familiares que se dividiam em vilarejos diferentes. A ilha proporcionou uma sucesso tão grande que a população chegou a  atingir entre 10 a 20 mil habitantes, segundo os historiadores. É ai que começam os problemas.

Com tanta gente, mais áreas tiveram que ser desmatadas para dar lugar  a agricultura. A demanda por madeira se fazia necessária, também, para combustível (lenha) e na fabricação de casas e canoas. Mas não foi só isso, o desastre maior estava por vir.

A partir do século XIII, uma obsessão “religiosa” começou a dominar a população local. Uma disputa, a fabricação de Moais, imensas estátuas, entalhadas em rocha vulcânica. O Objetivo das obras ainda esta envolto em mistério, seria algum ritual de adoração aos antepassados ou um pedido aos Deuses, para melhoria da agricultura, que já se mostrava declinante?

Moais na Ilha de Páscoa. Fonte:girandoomundo.wordpress.com

Moais na Ilha de Páscoa. Imagem: Internet.

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Cada vilarejo queria ter o maior Moai. O problema é que cada escultura, pesando toneladas, tinha que ser levada do seu ponto de origem até o local estratégico onde ficaria exposta. Essa jornada envolvia de 50 a 500 pessoas, e o uso de madeira era exorbitante. Centenas de palmeiras foram derrubadas, simplesmente para servirem de trilho, para se poder arrastar o Moai. No Início, as esculturas tinham 2 metros de altura, ao final, com o incremento das disputas, já possuíam mais de 10. Fabricaram mais de 880 peças. Com o passar dos anos, adeus árvores.

Sem árvores, os solos ficaram expostos ao sol, empobrecendo. Durante as chuvas, sem a proteção das raízes, a erosão foi muito grande. Sem mata, a chuva infiltrou menos no solo, pois passou a correr com maior velocidade pela superfície, e o resultado foi a seca dos lençóis freáticos e o fim dos cursos d’água.

Com a agricultura em decadência, solo empobrecido, sem madeira para canoas (pesca) e sem água, os Rapa Nuis entraram em guerra.

Guerra

Relatos de mortes, e até mesmo canibalismo, foram descobertos pelos pesquisadores. Os vencedores das batalhas derrubavam o Moai do  inimigo.

Ao chegarem a ilha os europeus praticamente não viram Moais de pé. Anos depois, foram sendo reerguidos, para podermos admirá-los novamente. Entre os séculos XVI e XVII a sociedade entrou em colapso. O contato com doenças trazidas pelos europeus foi o golpe definitivo. No final do século XIX,  apenas 111 pessoas habitavam a ilha.

Os Moais foram candidatos a se tornarem uma das 7 novas maravilhas da humanidade Fonte: Wikipédia

Os Moais foram candidatos a se tornarem uma das 7 novas maravilhas da humanidade. Ficaram em 8º na eleição.
Fonte: Wikipédia.

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Que o caso Rapa Nui nos sirva de lição. Não podemos extrair os recursos naturais com essa voracidade que estamos demonstrando. Nosso planeta é a Ilha de Páscoa, longe de tudo. Sustentabilidade é a palavra do século 21, falta colocá-la em prática. Olhe ao seu redor e veja a carência de água que estamos vivenciando. Pode ser o início de um período bastante difícil. O planeta é vivo, cobra seu preço, e é caro!

Espero ter aumentado o conhecimento de todos os leitores. Curtam nossa página no Facebook e compartilhem nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 08.03.2015

5 comments to “14. O Exemplo Rapa Nui!”
  1. Parabéns pelo blog Clebinho!!! Eu sou fissurado em historia e é sempre bom aprender um pouco mais! Só uma dúvida: Ainda resta algum nativo da ilha de páscoa ou seu povo se extinguiu??

  2. Só discordo da teoria de que as pedras dos Moais era todas da própria ilha e que as madeiras foram usadas para “rolar” as pedras para os locais altos onde foram erguidas. Tem muito mais história aí. Quem sabe um dia será tudo desvendado e ainda estejamos vivos.

  3. Distancia incrível que os nativos navegaram para a tecnologia que eles tinham.

  4. Parabéns pelo site. Simplesmente um dos melhores blogs sobre atualidades que eu já conheci. Amplia consideravelmente nossos horizontes de conhecimentos

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