A Ilha de Páscoa, Chile, é um excelente exemplo do que estamos fazendo com nosso planeta, e também, de como poderá ser nosso futuro. Um aviso, um estudo de caso espetacular.
É é um dos locais mais longínquos do planeta Terra. Está localizada a 3.700 Km do continente mais próximo, no meio do Oceano Pacífico. Foi descoberta em 1722, em um domingo de Páscoa, pelo navegador holandês Jacob Roggeveen, daí vem a origem do nome. A ilha tem 163 quilômetros quadrados, metade do município de Belo Horizonte.
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Bem antes da chegada dos europeus, a ilha experimentou séculos de progresso, com uma floresta robusta, plantações em franca expansão e comida abundante. Porém, ao chegar na ilha, no século XVII, nada disso pôde ser percebido pelo navegador holandês. O que ele viu foi uma ilha árida, com poucas e baixas árvores e praticamente deserta.
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No passado, algo deu errado
Pesquisadores afirmam que a ilha foi alcançada por povos polinésios por volta do ano 1000. Entre os séculos XI e XIV a ilha viveu seu auge. O solo vulcânico favorecia a agricultura, água doce e pesca eram recursos abundantes.
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Os Rapa Nuis (nome dos habitantes da ilha) eram comandados por um líder, mas existiam clãs familiares que se dividiam em vilarejos diferentes. A ilha proporcionou uma sucesso tão grande que a população chegou a atingir entre 10 a 20 mil habitantes, segundo os historiadores. É ai que começam os problemas.
Com tanta gente, mais áreas tiveram que ser desmatadas para dar lugar a agricultura. A demanda por madeira se fazia necessária, também, para combustível (lenha) e na fabricação de casas e canoas. Mas não foi só isso, o desastre maior estava por vir.
A partir do século XIII, uma obsessão “religiosa” começou a dominar a população local. Uma disputa, a fabricação de Moais, imensas estátuas, entalhadas em rocha vulcânica. O Objetivo das obras ainda esta envolto em mistério, seria algum ritual de adoração aos antepassados ou um pedido aos Deuses, para melhoria da agricultura, que já se mostrava declinante?
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Cada vilarejo queria ter o maior Moai. O problema é que cada escultura, pesando toneladas, tinha que ser levada do seu ponto de origem até o local estratégico onde ficaria exposta. Essa jornada envolvia de 50 a 500 pessoas, e o uso de madeira era exorbitante. Centenas de palmeiras foram derrubadas, simplesmente para servirem de trilho, para se poder arrastar o Moai. No Início, as esculturas tinham 2 metros de altura, ao final, com o incremento das disputas, já possuíam mais de 10. Fabricaram mais de 880 peças. Com o passar dos anos, adeus árvores.
Sem árvores, os solos ficaram expostos ao sol, empobrecendo. Durante as chuvas, sem a proteção das raízes, a erosão foi muito grande. Sem mata, a chuva infiltrou menos no solo, pois passou a correr com maior velocidade pela superfície, e o resultado foi a seca dos lençóis freáticos e o fim dos cursos d’água.
Com a agricultura em decadência, solo empobrecido, sem madeira para canoas (pesca) e sem água, os Rapa Nuis entraram em guerra.
Guerra
Relatos de mortes, e até mesmo canibalismo, foram descobertos pelos pesquisadores. Os vencedores das batalhas derrubavam o Moai do inimigo.
Ao chegarem a ilha os europeus praticamente não viram Moais de pé. Anos depois, foram sendo reerguidos, para podermos admirá-los novamente. Entre os séculos XVI e XVII a sociedade entrou em colapso. O contato com doenças trazidas pelos europeus foi o golpe definitivo. No final do século XIX, apenas 111 pessoas habitavam a ilha.
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Que o caso Rapa Nui nos sirva de lição. Não podemos extrair os recursos naturais com essa voracidade que estamos demonstrando. Nosso planeta é a Ilha de Páscoa, longe de tudo. Sustentabilidade é a palavra do século 21, falta colocá-la em prática. Olhe ao seu redor e veja a carência de água que estamos vivenciando. Pode ser o início de um período bastante difícil. O planeta é vivo, cobra seu preço, e é caro!
Espero ter aumentado o conhecimento de todos os leitores. Curtam nossa página no Facebook e compartilhem nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 08.03.2015
Parabéns pelo blog Clebinho!!! Eu sou fissurado em historia e é sempre bom aprender um pouco mais! Só uma dúvida: Ainda resta algum nativo da ilha de páscoa ou seu povo se extinguiu??
A civilização acabou, existem alguns poucos descendentes dos Rapa Nui.
Só discordo da teoria de que as pedras dos Moais era todas da própria ilha e que as madeiras foram usadas para “rolar” as pedras para os locais altos onde foram erguidas. Tem muito mais história aí. Quem sabe um dia será tudo desvendado e ainda estejamos vivos.
Distancia incrível que os nativos navegaram para a tecnologia que eles tinham.
Parabéns pelo site. Simplesmente um dos melhores blogs sobre atualidades que eu já conheci. Amplia consideravelmente nossos horizontes de conhecimentos