Atualmente a Coreia do Norte é considerada o país mais fechado e sombrio do mundo. Pouco se sabe o que realmente acontece lá dentro. Regida por um líder megalomaníaco é, percentualmente, o país que mais investe seu PIB em desenvolvimento de armamentos. Tudo isso em uma nação onde grande parte da população sofre com a falta de alimentos.
Obviamente essas conjecturas não podem ser totalmente confirmadas. O que sabemos chega até nós através de espiões, pelas poucas pessoas que já visitaram o país e desertores do regime.
Nosso texto de hoje vai abordar o início do processo e os motivos que levaram este país a se isolar do restante do planeta. Vamos entender o que foi a Guerra da Coreia:
2º Guerra Mundial
Durante a 2º Guerra Mundial boa parte da Ásia foi invadida pelos japoneses, incluindo a Península Coreana.
Com o fim do conflito e a desocupação japonesa, teve início mais um capítulo da Guerra Fria, assim como foi posteriormente na Guerra do Vietnã, tema abordado em nosso blog.
Tanto EUA quanto a URSS tinham interesse em influenciar ideologicamente a região. Antes que a poeira do maior conflito mundial assentasse, o local foi invadido pelas duas potências.
As tropas norte-americanas se fixaram no Sul, enquanto as tropas soviéticas ocuparam o Norte. O tratado de Potsdam, que regulamentou o fim da 2º Guerra, determinou o paralelo 38º como divisor entre os capitalistas e comunistas.
Guerra da Coreia
A ONU tentou em vão unificar novamente a península através de uma eleição direta em toda a região. Antes que o pleito fosse oficializado, o Norte se declarou independente, criando a República Democrática Popular da Coreia, mais conhecida como Coreia do Norte. Restou aos EUA apoiar e patrocinar os aliados do sul.
A rivalidade explode na região, com as duas grandes potências investindo pesado em uma queda de braço ideológica. O troféu era o controle total e a unificação das coreias sob a tutela do vencedor.
A tensão na fronteira era total, qualquer faísca faria o barril de pólvora explodir. Em 25 de junho de 1950, uma suposta transgressão sul coreana do paralelo 38º foi o estopim do conflito. Em 03 de julho, o exército do Norte invadiu o Sul, dominando sua capital Seul . A princípio a URSS não interferiu diretamente, mas cedeu auxílio militar e logístico.
A ONU enviou tropas sob o comando do general norte americano Douglas MacArthur e inverteu a lógica do combate, libertando Seul e invadindo a Coreia do Norte, dando um troco nos comunistas.
Entrada da China
Com a aproximação das tropas internacionais de suas fronteiras, a China entrou com força no conflito. Mao Tse Tung, líder chinês, enviou 300 mil soldados em auxílio a Coreia do Norte, sua parceira comunista. Em janeiro de 1951, Seul é novamente conquistada pelo Norte.
Entre fevereiro e março, um novo avanço maciço dos EUA obrigou o exército comunista a voltar para seu território, atrás do paralelo 38º.
Os próximos dois anos foram de equilíbrio entre as partes, com cada lado elevando impressionantemente seu contingente.
As mortes e o perigo nuclear
Os combates envolveram um número expressivo de forças. Foram quase 1 milhão de soldados pelo lado capitalista (326 mil dos EUA) frente a 1,6 milhão de comunistas (1, 35 milhão de chineses).
O lado capitalista perdeu 178 mil soldados (36 mil norte americanos) enquanto os comunistas perderam 750 mil entre norte coreanos, chineses e soviéticos. Um milhão e meio de civis perderam a vida durante o conflito.
Em um determinado momento das batalhas, entre 1950 e 1951, o general norte americano MacArthur sugeriu o uso de armas nucleares contra seus inimigos. Este fato, somado a alguns erros militares, o tiraram do comando dos exércitos da ONU (na pratica era o exército norte americano).
Os 3 anos de sangrentas batalhas não resultaram em nenhum vencedor. A verdade é que todos perderam.
EUA e China, principais potências envolvidas assinaram um armistício em 27 de julho de 1953, criando assim dois países e uma área desmilitarizada entre eles.
Até os dias de hoje nenhum acordo de paz foi assinado entre as duas Coreias, portanto, estão tecnicamente em guerra.
Próximo texto
A sequência deste post será muito interessante. Iremos abordar como ficou a Coreia do Norte após o conflito e seu gradual isolamento do mundo. Imperdível!
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Publicado em 17.02.2016
texto muito bom e interessante.
Muito obrigado, continue acompanhando nosso blog!
Já visitei a Coreia do Sul e a zona desmilitarizada (dvisa) da Coreia do Norte.
Ressalto que na primeira parte da Guerra, o Norte “empurrou” o Sul até a província de Ulsan. Neste momento, os EUA entraram na chamada “Guerra da Coreia”. Destaco ainda que a participação de japoneses e chineses na história da Coreia, pré 2a Guerra e pós, não é tão pacífica como demonstram os livros.
A visita que fiz me impressionou… Os coreanos passaram por dificuldades inimagináveis. Para se ter uma ideia… fui a um restaurante de primeiro nível em Seul e a água servida é de torneira. Água Mineral naquele país é desperdício e abuso. Outro detalhe. Quem cortar uma árvore será preso e condenado a prisão perpétua ou à morte. É outra cultura.
Relevante postagem Evandro, realmente a península coreana sofreu demais pelas disputas das grandes potências, incluindo a invasão japonesa, pré-2º Guerra. Impressionante é ver como o Sul se desenvolveu a ponto de se tornar um país desenvolvido, mesmo com parcos recursos como exemplificado pelo seu post.
Excelente texto professor Clebinho. Muito bom termos conhecimento do que se passa e do que houve em um país como a Coreia. Excelente texto e otimo blog
Obrigado Inácio, continue acompanhando nosso blog!