104. Guerra da Coreia

Atualmente a Coreia do Norte é considerada o país mais fechado e sombrio do mundo. Pouco se sabe o que realmente acontece lá dentro. Regida por um líder megalomaníaco é, percentualmente, o país que mais investe seu PIB em desenvolvimento de armamentos.  Tudo isso em uma nação onde grande parte da população sofre com a falta de alimentos.

Obviamente essas conjecturas não podem ser totalmente confirmadas. O que sabemos chega até nós através de espiões, pelas poucas pessoas que já visitaram o país e desertores do regime.

Nosso texto de hoje vai abordar o início do processo e os motivos que levaram este país a se isolar do restante do planeta. Vamos entender o que foi a Guerra da Coreia:

2º Guerra Mundial 

Durante a 2º Guerra Mundial boa parte da Ásia foi invadida pelos japoneses, incluindo a Península Coreana.

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Em verde, o Império japonês durante a 2º Guerra Mundial. Circulado está a Península Coreana. Imagem: Internet

 

Com o fim do conflito e a desocupação japonesa, teve início  mais um capítulo da Guerra Fria, assim como foi posteriormente na Guerra do Vietnã, tema abordado em nosso blog.

Tanto EUA quanto a URSS tinham interesse em influenciar ideologicamente a região. Antes que a poeira do maior conflito mundial assentasse, o local foi invadido pelas duas potências.

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Um tanque americano M-24 no rio Naktong, 1950. Imagem: internet.

 

As tropas norte-americanas se fixaram no Sul, enquanto as tropas soviéticas ocuparam o Norte. O tratado de Potsdam, que regulamentou o fim da 2º Guerra, determinou o paralelo 38º como divisor entre os capitalistas e comunistas.

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Paralelo 38º, divisor das Coreias. Imagem: Internet.

 

Guerra da Coreia

A ONU tentou em vão unificar novamente a península através de uma eleição direta em toda a região. Antes que o pleito fosse oficializado, o Norte se declarou independente, criando a República Democrática Popular da Coreia, mais conhecida como Coreia do Norte. Restou aos EUA apoiar e patrocinar os aliados do sul.

A rivalidade explode na região, com as duas grandes potências investindo pesado em uma queda de braço ideológica. O troféu era o controle total e a unificação das coreias sob a tutela do vencedor.

A tensão na fronteira era total, qualquer faísca faria o barril de pólvora explodir. Em  25 de junho de 1950, uma suposta transgressão sul coreana do paralelo 38º foi o estopim do conflito. Em 03 de julho, o exército do Norte invadiu o Sul, dominando sua capital Seul . A princípio a URSS não interferiu diretamente, mas cedeu auxílio militar e logístico.

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Invasão do Norte. Imagem: Internet.

 

A ONU enviou tropas sob o comando do general norte americano Douglas MacArthur e inverteu a lógica do combate, libertando Seul e invadindo a Coreia do Norte, dando um troco nos comunistas.

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Contra-ataque da ONU (EUA). Imagem: Internet

 

Entrada da China

Com a aproximação das tropas internacionais de suas fronteiras, a China entrou com força no conflito. Mao Tse Tung, líder chinês, enviou 300 mil soldados em auxílio a Coreia do Norte, sua parceira comunista. Em janeiro de 1951, Seul é novamente conquistada pelo Norte.

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Com a entrada chinesa no conflito, os comunistas avançam novamente. Imagem: internet.

 

Entre fevereiro e março, um novo avanço maciço dos EUA obrigou o exército comunista a voltar para seu território, atrás do paralelo 38º.

Os próximos dois anos foram de equilíbrio entre as partes, com cada lado elevando impressionantemente seu contingente.

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Paraquedistas norte americanos saltando na Coreia. Imagem: Internet

 

As mortes e o perigo nuclear

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General Douglas MacArthur. Saiba mais sobre a vida deste importante personagem da história no site Wikipédia.

Os combates envolveram um número expressivo de forças. Foram quase  1 milhão de soldados pelo lado capitalista (326 mil dos EUA) frente a 1,6 milhão de comunistas (1, 35 milhão de chineses).

O lado capitalista perdeu 178 mil soldados (36 mil norte americanos) enquanto os comunistas perderam 750 mil entre norte coreanos, chineses e soviéticos. Um milhão e meio de civis perderam a vida durante o conflito.

Em um determinado momento das batalhas, entre 1950 e 1951, o general norte americano MacArthur sugeriu o uso de armas nucleares contra seus inimigos. Este fato, somado a alguns erros militares, o tiraram do comando dos exércitos da ONU (na pratica era o exército norte americano).

Os 3 anos de sangrentas batalhas não resultaram em nenhum vencedor. A verdade é que todos perderam.

EUA e China, principais potências envolvidas assinaram um armistício em 27 de julho de 1953, criando assim dois países e uma área desmilitarizada entre eles.

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Coreias do Norte e do Sul. Imagem: Internet

 

Até os dias de hoje nenhum acordo de paz foi assinado entre as duas Coreias, portanto, estão tecnicamente em guerra.

Próximo texto

A sequência deste post será muito interessante. Iremos abordar como ficou a Coreia do Norte após o conflito e seu gradual isolamento do mundo. Imperdível!

Espero ter aumentado seu conhecimento.  Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 17.02.2016

6 comments to “104. Guerra da Coreia”
  1. Já visitei a Coreia do Sul e a zona desmilitarizada (dvisa) da Coreia do Norte.
    Ressalto que na primeira parte da Guerra, o Norte “empurrou” o Sul até a província de Ulsan. Neste momento, os EUA entraram na chamada “Guerra da Coreia”. Destaco ainda que a participação de japoneses e chineses na história da Coreia, pré 2a Guerra e pós, não é tão pacífica como demonstram os livros.
    A visita que fiz me impressionou… Os coreanos passaram por dificuldades inimagináveis. Para se ter uma ideia… fui a um restaurante de primeiro nível em Seul e a água servida é de torneira. Água Mineral naquele país é desperdício e abuso. Outro detalhe. Quem cortar uma árvore será preso e condenado a prisão perpétua ou à morte. É outra cultura.

    • Relevante postagem Evandro, realmente a península coreana sofreu demais pelas disputas das grandes potências, incluindo a invasão japonesa, pré-2º Guerra. Impressionante é ver como o Sul se desenvolveu a ponto de se tornar um país desenvolvido, mesmo com parcos recursos como exemplificado pelo seu post.

  2. Excelente texto professor Clebinho. Muito bom termos conhecimento do que se passa e do que houve em um país como a Coreia. Excelente texto e otimo blog

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