O Mar de Aral, provavelmente, é o maior desastre ecológico já produzido pelo ser humano. Hoje, ele está localizado entre os países Cazaquistão e Uzbequistão. No passado, pertenceu a União Soviética.
Possuía mais de 1.100 ilhas, espalhadas pela sua vastidão. Daí vem seu nome, na língua cazaque, Aral significa ‘ilha’.
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Aproveito a oportunidade para explicar como um lago, como é o caso do Aral, pode possuir nome de Mar. A resposta está no sal. Pelo fato de ser salgado, ele também pode ser classificado como um “mar fechado”.
No passado, ele possuía 66 mil quilômetros quadrados, bem maior do que, por exemplo, o estado do Rio de Janeiro, com 43 mil. Chegou a ser considerado o 4º maior lago do mundo. Era um grande polo pesqueiro e turístico, rodeado por uma região bastante árida. A atividade pesqueira chegou a produzir 25 mil toneladas de pescados por ano, hoje, não existe mais.
Quando a Economia Fala mais Alto
O problema começou na década de 1960, quando os soviéticos, pensando unicamente na economia, desviaram dois rios que alimentavam o lago. O objetivo era levar água até o deserto, para irrigar plantações de algodão. Em Moscou, achavam que as águas do Aral eram inesgotáveis.
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O Desastre Ecológico
Com a diminuição do fluxo dos rios Amu Darya e Syr Darya, que abasteciam o lago, as coisas começaram a se complicar. De onde se tira mais do que se coloca, o resultado é só um, o fim. Ao longo das últimas décadas, as águas do Aral ficaram reduzidas de maneira incrível.
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Para piorar a situação, muito agrotóxico foi usado nas plantações e, óbvio, eram carregados para os rios, consequentemente para o lago. Esses insumos agrícolas também se infiltraram no solo e contaminaram o lençol freático.
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A Vida no Local
Somado aos produtos químicos despejados pelos agricultores, tem a questão da salinidade. Com a diminuição da água, a concentração de sal aumentou. Tudo isso, resultou na morte de 80% de todas as espécies animais existentes no local. A floresta que cercava suas margens praticamente acabou.
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Hoje, o retrato é o pior possível, moradores do local vivem a falta de água, e os casos de câncer são bastante comuns. A pouca água que consomem, está contaminada.
O que sobrou do Mar de Aral, uma areia seca e impregnada de veneno, levada pelo vento, se espalhou pelos locais vizinhos, provocando outras doenças.
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Quando o ser humano vai perceber, que o aspecto econômico não é o único que importa?
Será que os empregos gerados pela economia do algodão valeram todo o esforço?
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Muitas perguntas e poucas respostas dos governantes. Espero, sinceramente, ter mostrado mais um exemplo do que não devemos fazer.
Espero ter aumentado o conhecimento de todos os leitores. Curtam nossa página no Facebook e compartilhem nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 10.03.2015
Clebinho fala sobre o rio ganges
Excelente ideia, irei escrever sim!
Não conhecia esse fato, muito bom. O blog ta ótimo meu amigo, to aprendendo muito com você.
Sobre o assunto, mais um caso de politicagem, de pensar no agora e nunca no futuro, de no momento colher o bônus e deixar o ônus pro próximo.
É professor, a coisa é pior do que imaginamos. E está mais próxima do que podemos supor. A redução dos níveis das represas no Brasil, chegando em alguns casos ao “volume morto” é um indicativo de que o que o ser humano vem fazendo desde o descobrimento do Brasil, provocará reflexos graves e, em muitos casos, irreversíveis. Quem sabe as gerações que estão sendo educadas com informação online do mundo possam reverter este quadro.
Major thanks for the article post. Awesome. Pinzone