Em nosso último texto abordamos a geologia, explorando a camada superficial de nosso planeta, conhecida Crosta ou Litosfera.
Dando continuidade ao tema, o post atual discorre sobre as duas camadas inferiores, suas características e subdivisões.
O limite entre a Crosta e o Manto foi descoberto pelo sismólogo croata Andrija Mohorovicic, ainda no início do século XX. Ficou então conhecida como Descontinuidade de Mohorovicic, ou Moho.
Manto
É uma camada gigantesca, que vai da crosta até cerca de 2.900 Km de profundidade. É recheada basicamente de um material bem conhecido por todos, o magma, que em alguns casos, forçado pela intensa pressão, extravasa pelos vulcões e fendas, chegando a superfície. Ao extravasar pela superfície, chamamos o magma de lava.
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Esta camada é dividida em duas partes:
O Manto Superior possui temperaturas em torno de 600 °C . Parte dele, no limite com a litosfera, possui um material pastoso e também pode ser chamada de Astenosfera. A palavra vem de “sthenos” (frágil), ou seja, a esfera frágil, que se move.
A outra parte é o Manto Inferior, mais profundo, com um material liquefeito e temperaturas que beiram os 2.000°. Alguns cientistas cravam até 3.500ºC.
Também podemos chamar o Manto Inferior, somado ao Manto Superior (exceto a Astenosfera), de Mesosfera.
Esta diferença de temperaturas faz com que o magma se movimente de forma cíclica e circular. A este fenômeno, damos o nome de Correntes de Convecção. Esse movimento é lento, forçando a crosta terrestre acima, provocando a movimentação das placas tectônicas, terremotos e vulcanismos.
Clique no gif abaixo para observar os movimentos de convecção do magma no Manto:
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Atualmente, não temos tecnologia para construir algo que consiga resistir ao calor e pressão existentes no Manto.
Polêmica
O ponto de fusão do ferro é algo próximo a 1500º C. Como o Manto está entre 600º C a 2.000º C, talvez mais, o material está em um estado pastoso, já que a própria pressão aumenta o ponto de derretimento. Alguns sites afirmam que o Manto é sólido, se movendo de forma plástica. Em especial a porção mais profunda, onde as pressões comprimem o material. Outros, afirmam que é mais líquido/fluido, justamente por se mover.
Líquido, fonte: Serviço Geológico do Brasil
“Abaixo de 100 km de profundidade, o manto mostra sensível redução na velocidade das ondas sísmicas. Como não há grande variação na composição química das rochas, essa redução da velocidade significa que abaixo de 100 km as rochas estão parcialmente fundidas, o que diminui bastante sua rigidez.”
“No manto, o movimento do material rochoso muito quente que o compõe, em estado mais pastoso ou mais fluido consoante a profundidade,”
Sólido, fonte: Tese aluna da USP
“Apesar das altas temperaturas reinantes no interior terrestre, A alta pressão age no sentido de dificultar a fusão. Assim, os materiais muito quentes do interior da Terra encontram-se no estado sólido. Apenas o Núcleo Externo é líquido.”
“Diferente do que muitos acham, o manto não é líquido, e sim sólido.”
Meio termo, fonte: Revista Superinteressante
“Esse sobe-e-desce pode dar a ideia de que o manto é líquido, mas não é bem assim. Seu comportamento é meio estranho. Ele é duro, tanto que certos tipos de ondas sísmicas, que só se propagam em sólidos, conseguem caminhar dentro dele. No entanto, numa escala maior de tempo (como alguns milhões de anos), o manto sofre alterações e não parece tão sólido assim.”
“É como se pegássemos um pedaço de parafina e colocássemos um prego sobre ele”, explica o geofísico Igor Pacca, do IAG. “No início o prego continua no mesmo lugar mas, um dia depois, ele penetra, mostrando que a parafina não é tão rígida.”
No fim, a verdade é que o material é pastoso, algo entre líquido e sólido, dependendo, é claro, da profundidade.
Núcleo
O núcleo é a parte mais profunda de nosso planeta. Também é conhecido como Endosfera (Esfera de dentro).
Corresponde a cerca de um terço de toda a massa terrestre, e sua profundidade vai do Manto até 6.370 Km, o ponto central de nosso planeta.
Ele pode ser subdividido em duas camadas, classificadas conforme os seus respectivos estados físicos: Núcleo Externo e o Núcleo Interno.
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O Núcleo Externo é basicamente feito de ferro e níquel (NIFE). Sua profundidade varia de 2.900 a 5.100 Km. A temperatura chega a incríveis 4.600°C, em sua porção mais baixa.
O campo magnético terrestre, que nos protege da radiação solar, é fruto da movimentação deste fluido condutor de eletricidade, em um fenômeno parecido com o movimento das bobinas em um gerador elétrico.
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Por sua vez, o Núcleo Interno impressiona, possuindo um tamanho parecido com o da Lua. É a mais inacessível camada da Terra, chegando a quase 6.400 Km de profundidade. Sua temperatura é equivalente a da superfície do Sol, cerca de 5.000 °C.
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Também é composto basicamente de ferro, em uma liga com níquel. Deveria ser líquido, pois está em uma temperatura fenomenal, mas o detalhe é que ele é SÓLIDO.
Muita gente se pergunta, como algo tão quente pode estar em estado sólido?
A resposta faz todo o sentido. O núcleo interno da Terra é pressionado pelo peso de todo o planeta, já que a gravidade atrai toda massa para ele. A pressão é tão intensa que não existe espaço para que as moléculas superaquecidas se agitem, tornando-o sólido.
Novidades
Como estudar o interior da Terra é bastante difícil, novas descobertas estão sempre se sobrepondo.
Como exemplo, em 2013 pesquisadores publicaram, na revista especializada Science, a hipótese do núcleo na verdade estar a 6.000°C, mais do que se acreditava até então. Veja no site o Globo.
Dica do Clebinho
O renomado canal Discovery Channel fez um interessante especial sobre o que enfrentaríamos em uma suposta viagem pelo interior de nosso planeta. Para quem tem interesse nesse assunto são 47 minutos de muitas curiosidades, confiram no site Youtube.
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Publicado em 04.05.2016
Parabéns pela divulgação do estudo científico em camadas sobre a geologia do planeta terra.
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