Blocos econômicos são associações entre países, gerando privilégios especiais para os membros. Tiveram início após a Segunda Guerra Mundial, mas se popularizaram significativamente após a década de 1990.
O fim do bloco socialista, após a queda do muro de Berlim, foi um dos principais incentivos para este fenômeno, já que o mundo se tornou mais globalizado e capitalista. Os avanços dos meios de transporte e das comunicações, principalmente com o advento da internet, permitiram uma conexão maior entre países, incentivando as trocas econômicas. Podemos relacionar diretamente o processo conhecido como Globalização ao incremento das uniões econômicos.
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Com raras exceções, todos os países do mundo fazem parte de um ou mais blocos. Não participar de nenhum praticamente isola o país do mercado internacional.
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Os blocos econômicos podem ser graduados. Essa diferenciação é dada de acordo com o grau de integração presente na associação.
Tipos de Blocos
Vão desde contratos meramente econômicos, podendo chegar a quase unificações entre países. Os tipos de blocos que veremos a seguir funcionam como uma escala, cada nível possui todos os acordos do item anterior adicionados a novas leis, integrando ainda mais os países membros:
Zona de preferências tarifárias: É o primeiro sinal de união entre países. Ao assinarem este tipo de acordo, as nações se comprometem a abaixar tarifas alfandegária de alguns produtos específicos entre os signatários. Geralmente, países com deficiências nas produções de alguns produtos assinam acordos com países produtores, melhorando a oferta do artigo. Como nenhum país produz tudo, isso pode se inverter em outra área econômica, favorecendo assim os dois ou mais membros.
Os primórdios da União Europeia, tema de nosso próximo texto, foram acordos deste tipo.
Zona de livre comércio: Neste caso o acordo anterior se aprofunda e todas as tarifas entre os membros são retiradas ou drasticamente diminuídas. Também é conhecido como “Área ou Acordo de livre comércio”.
O NAFTA, bloco formado por EUA, Canadá e México é um típico exemplo de bloco que só abrange o livre comércio, não envolvendo outros aspectos da sociedade.
- Os dois primeiros tipos de blocos são meramente comerciais, não envolvendo outros aspectos nacionais.
União Aduaneira: Além de vender e comprar sem impostos, os membros deste tipo de bloco possuem uma mesma tarifa alfandegária em relação aos não membros. Nenhum país do bloco pode fechar acordos exteriores a associação de forma isolada. Todo o bloco agora negocia unido. O país perde a soberania de fechar acordos próprios, mas ganha poder nas negociações, já que leva junto a si todo o poder econômico dos membros unificados.
O Mercosul, apesar de se chamar Mercado Comum do Sul, ainda é uma União Aduaneira.
- Somente a União Europeia atingiu os dois próximos níveis:
Mercado Comum: Este nível implica acordos que extrapolam o setor econômico, prevendo livre circulação de produtos, pessoas, bens, capitais e trabalho. Como cidadãos vão circular entre os países, podendo inclusive trabalhar em qualquer um deles, as nações precisam unificar alguns tipos de leis, como as trabalhistas.
União Política e Monetária: É o estágio mais avançado que um bloco pode chegar. A partir deste ponto, os membros abdicam de suas moedas e adotam uma comum, como ocorreu na União Europeia, apesar de, neste caso, não englobar todos os países do bloco. Para isso é criado um Banco Central, que passa a gerenciar a política econômica dos países membros.
Controvérsias
Os blocos econômicos também dividem opiniões.
Como pontos positivos temos o incremento do comércio entre os membros, aumentando a produção e diminuindo o desemprego. Sem impostos entre as nações, os preços de alguns produtos que antes eram caros tendem a diminuir. Além disso, como ocorreu na Europa, antigas rivalidades são superadas pela maior integração proporcionada pela junção.
Como ponto negativo podemos citar a perda de soberania, já que, ao fazer parte de um bloco, algumas decisões serão tomadas pelo conjunto de países. Outra questão importante é a disparidade entre as nações dentro do bloco. Isso pode gerar graves problemas, como migrações em direção aos países mais ricos.
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Nos últimos anos é nítido um aumento da xenofobia¹, principalmente na Europa, devido a intensa chegada de imigrantes nos países mais desenvolvidos, com destaque para França, Reino Unido e Alemanha. Essa temática será mais amplamente discutida em nossos próximos textos.
Para finalizar, da mesma forma que os produtos de um país entram em outro sem impostos, a recíproca é verdadeira, ampliando a competição das empresas locais com as gigantes internacionais. Corre o risco do país perder indústrias, se tornando um mero importador.
Próximo texto
Em nosso próximo post abordaremos a União Europeia, politicamente, o bloco mais avançado do mundo. Na contramão da história, o bloco passa por uma grave crise, com a provável saída da Inglaterra. Imperdível!
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1 – Xenofobia – Ódio, preconceito em relação ao imigrante.
Publicado em 27.07.2016
Ajuda muito pro ENEM! Linguagem fácil de entender e texto ótimo. Parabéns!
Muito obrigado, continue acompanhando nosso blog!