Nosso último texto inaugurou mais um tema em nosso blog, as bacias hidrográficas brasileiras. Tivemos a oportunidade de conhecer as bacias menores, mais próximas do litoral. O post de hoje aborda duas gigantes, as maiores áreas de drenagem da América do Sul.
Vamos manter a mesma numeração contida no mapa do post anterior, para que nosso leitor identifique a bacia abordada. Acesse aqui o mapa referência.
1 – Bacia Amazônica
Um fenômeno da natureza, a maior bacia hidrográfica do mundo, com 7 milhões de km. Desse total, 3.869.953 milhões de Km² estão em sua porção brasileira (55%). Soma-se a isso, mais de 3 milhões de Km², espalhados por países como Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela e Guiana. Abrange todos os Estados da região Norte do Brasil, drenando 42% do nosso país.
Para comparação, nosso país possui cerca de 8,5 milhões de Km², enquanto a bacia amazônica completa possui 7 milhões de Km². Se fosse criado um país amazônico, seria o quinto maior do mundo. O rio Amazonas já foi tema em nosso blog, texto 96, confiram.

Em destaque, a gigante Bacia Amazônica. Rio com extensão máxima de cerca de 6.800 Km. Imagem: Internet
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Segundo o site da ANA (Agência Nacional de águas), a bacia possui 1,5 milhão de espécies vegetais catalogadas, três mil espécies de peixes, 950 tipos de pássaros, além de insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.
Representa 73,6% de todos os recursos hídricos do Brasil e possui uma malha hidroviária de 23 mil quilômetros de rios navegáveis. Os principais afluentes do Amazonas são os rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá, Xingu, Japurá, entre outros.

Fascinante encontro dos rios Solimões (esquerda) e Negro (direita), próximo a cidade de Manaus. A partir de então passam a se chamar Amazonas. Imagem: Internet
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É a bacia hidrográfica com o maior potencial hidrelétrico do Brasil. Porém, por ser uma região de floresta, com poucos habitantes (5% do Brasil), é muito pouco utilizada. Outro problema é a própria planície amazônica, local onde a construção de hidrelétricas não é interessante, por quase não haver grandes quedas d’água. Sendo assim, se faz necessário inundar enorme área para se obter altura suficiente na represa. A hidrelétrica de Balbina, tema em nosso blog, é um exemplo desta dificuldade.
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Outro texto em nosso blog teve a Bacia Amazônica como tema, mostrando sua importância na formação de chuvas por todo o Brasil. É o texto número 79, “A Amazônia e os rios voadores”, confiram.
Bacias que formam o rio da Prata (10 – Paraná, 8 – Paraguai e 11 – Uruguai)
O rio da Prata é um rio que não está localizado no território brasileiro, entretanto, sua bacia hidrográfica é formada por 3 grandes rios que possuem suas nascentes, e boa parte de suas áreas de drenagens, no Brasil.
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Em nosso território, as bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai não se encontram, por isso vem separadas na maioria dos mapas. Após saírem do Brasil, os 3 caudalosos cursos d’água se unem para formam o grande rio da Prata, que separa as capitais da Argentina e do Uruguai. Drena uma área de cerca de 3,1 milhões de Km², dos quais, 1,4 milhões de Km² no Brasil.

Nesta imagem podemos perceber o encontro dos rios Paraná e Paraguai, continuando o nome Paraná. Depois, ele se encontra com o rio Uruguai, formando o rio da Prata, que logo desagua Oceano Atlântico. Mapa: Internet
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Como estamos no Brasil, vamos estudar separadamente os 3 principais rios que formam a enorme Bacia Platina:
10 – Bacia do Paraná
A bacia deste incrível rio reuni 32,1% da população brasileira e uma área de 879.873Km². Mais de 60 milhões de brasileiros vivem na área de drenagem deste rio, incluindo a maior cidade do país, São Paulo. Regiões metropolitanas tão distantes como Curitiba e Brasília também estão incluídas neste conjunto.

Porção brasileira da Bacia do rio Paraná e suas sub-bacias (Paranaíba, Grande, Tietê, Paranapanema e Iguaçu). Imagem: internet
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É a bacia hidrográfica mais importante do país para geração de energia, com quase 70% de seu potencial já utilizado. Nela está localizada nossa maior usina, Itaipu, tema em nosso blog. A hidrovia Tietê-Paraná, uma das mais importantes do Brasil, é uma rota de navegação presente nesta bacia.

Cada triângulo preto representa uma usina hidrelétrica na Bacia do Paraná e seus afluentes. Imagem: Internet
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8 – Bacia do rio Paraguai
O Rio Paraguai nasce na Chapada dos Parecis, Mato Grosso. Possui uma bacia que abrange 1.095.000 km², sendo 33% no Brasil (363.446 km²). O restante esta espalhado por Argentina, Bolívia e Paraguai.
Em seu percurso inicial tem o nome de rio Paraguaizinho. Mais a frente, passa a ser conhecido como Paraguai, percorrendo um trajeto de cerca de 2.621 Km até sua foz, no rio Paraná. É o principal responsável pela inundação da planície pantaneira, criando um dos mais importantes biomas do Brasil.

Mapa da Bacia do rio Paraguai no Brasil. Em, destaque, verde mais claro, o Pantanal Mato-grossense. Imagem: Ecoa.
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Esta bacia abrange também parte do Estado do Mato Grosso do Sul, com pouca população vivendo na região, cerca de 2 milhões de habitantes. Mesmo assim, com o avanço das plantações de soja e da pecuária, os rios desta bacia estão sofrendo com o assoreamento, sedimentos carregados para os rios pela chuva.
11 – Bacia do rio Uruguai
O rio Uruguai recebe este nome após a confluência dos rios Pelotas e Canoas. A partir de então ele demarca a fronteira entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Após fazer uma curva na direção sudoeste, marca também a fronteira entre o Brasil (RS) e a Argentina.
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Sua porção brasileira possui uma área de 174.533km², equivalente a 2% do território nacional. Ao todo, percorre grande distância, 2.200 Km.
O mapa abaixo nos mostra a porção brasileira das 3 bacias que formam a Bacia Platina. Estão juntas as bacias do Paraná, Paraguai e Uruguai.
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Próximo texto
Em nosso último post sobre o tema, abordaremos as duas maiores bacias hidrográficas totalmente localizadas em território brasileiro. Vem por aí os rios Tocantis e São Francisco. Entendam o que é o famoso projeto de transposição. Imperdível!
Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 14.09.2016