136. Bacias Hidrográficas: Tocantins e São Francisco

Em nossos dois últimos textos abordamos as principais bacias hidrográficas do Brasil. No post anterior, trouxemos as duas maiores bacias da América Latina. Hoje, abordamos as maiores totalmente brasileiras.

Mais uma vez adotamos a numeração do mapa do post 134, confira aqui.

2 – Bacia do Araguaia-Tocantins

Esta é a maior bacia totalmente localizada em nosso território. Abrange 918.822 km², 11% do Brasil. Se espalha pelos Estados do Tocantins (30%), Pará (30%), Goiás (21%), Mato Grosso (15%), Maranhão (4%) e o Distrito Federal (0,1%).

Apesar de ser a bacia do rio Tocantins, também recebe o nome de um de seus afluentes, o Araguaia. Isso se explica pelo fato de serem dois rios que correm na mesma direção e possuem tamanhos compatíveis. Algo semelhante ocorre com os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio.

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Bacia Tocantins-Araguaia, no coração do Brasil. 1- Araguaia, 2 – Tocantins. Imagem: Internet

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Na porção sul da bacia está presente o bioma conhecido como Cerrado. Na porção norte a vegetação fica mais densa, já que se faz presente a floresta amazônica. Tem um grande potencial hidrelétrico, aproveitado pela 2º maior hidrelétrica do Brasil, Tucuruí. Aproximadamente 9 milhões de pessoas habitam esta área de drenagem.

Toda região que circunda esses rios está sofrendo com o avanço da agropecuária, além do desmatamento provocado pela indústria madeireira.

Curiosidade: Entre os  rios Araguaia e Javaés está localizada a maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal, com cerca de 20 mil Km². O programa Globo Repórter já fez uma reportagem sobre o local, confiram.

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Localização da Ilha do Bananal no Estado do Tocantins. Imagem: Blog Salvador Náutico

6 – Bacia do rio São Francisco

O Velho Chico, apelido carinhoso dado ao São Francisco, é um dos mais importantes rios do Brasil. Não só pelo seu tamanho, já que na bacia amazônica existe vários outros rios maiores. Seu grande diferencial é ser o único rio a atravessar o semiárido nordestino sem secar. Este fato deu a ele mais um apelido, Nilo brasileiro.

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Em destaque a Bacia do Rio São Francisco. MG, BA, PE, AL e SE. Imagem: Internet

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Possui uma área de drenagem de 638.576 Km², a segunda maior totalmente localizada em território nacional. Seu curso começa no bioma conhecido como Cerrado, atravessa regiões de Caatinga e próximo a sua foz, Mata Atlântica.

O rio nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais,  possui uma extensão de quase 2,7 mil Km, atravessando a Bahia e desaguando no Oceano Atlântico, entre os estados de Alagoas e Sergipe.

Mais de 14 milhões de brasileiros habitam a bacia são franciscana, incluindo toda a região metropolitana de Belo Horizonte. Seu potencial hidrelétrico é largamente utilizado através das represas de Três Marias, Queimado, Sobradinho, Itaparica, Complexo Paulo Afonso e Xingó.

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Mergulho em Petrolândia, umas das cidades inundadas para dar lugar a represas no rio São Francisco. veja a reportagem completa no site do Globo Esporte.

 

É um rio que vem sofrendo, há vários anos, consequências das ações humanas. O desmatamento das regiões atravessadas por ele foi responsável pelo carregamento de grande quantidade de sedimento para seu leito. O resultado é bastante assoreamento.

Veja como o São Francisco sofre com o acúmulo de sedimentos em reportagem do site G1. 

Transposição

Mesmo judiado, o rio da integração nacional, como também ficou conhecido,  ainda está em condições de atenuar nossos problemas.

Transposição, neste contexto,  é desviar parte ou totalmente o curso de um rio. Com isso, novos locais serão providos de água.

No passado, durante o império do Dom Pedro II e posteriormente no governo de Vargas, a ideia de se deslocar parte das águas do São Francisco para o sertão foi cogitada. Após várias controvérsias, idas e vindas, o projeto teve início em 2007, durante o governo Lula. A ideia é construir cerca de 700 Km de canais, subdivididos em dois grandes eixos (Norte e Leste).

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Em vermelho os dois principais canais que conectarão o São Francisco a rios intermitentes, que a partir de então não mais secarão. Imagem: Internet

 

O governo, realizador da obra, afirma que 12 milhões de pessoas serão beneficiadas pelo projeto. Influentes pesquisadores, como o geógrafo Aziz Ab’Saber, afirmam que o número de pessoas atingidas será bem menor que o anunciado.

O valor do projeto é faraônico. O orçamento já orbita a faixa de 8 bilhões de reais e ainda faltam cerca de 15 % da obra para ser concluída. Por causa do excessivo gasto, vários estudiosos afirmam que, por muito menos, poços artesianos poderiam ser perfurados e beneficiar muito mais pessoas.

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Um dos canais que levará mais água para o sertão nordestino. imagem: Internet

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A Revista Super Interessante fez uma interessante reportagem sobre as controvérsias envolvendo esta impressionante obra, confiram.

A partir do nosso texto e dos hiperlinks nosso leitor pode tirar suas próprias conclusões.

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Publicado em 21.09.2016