Conhecer os biomas do Brasil, além de ser um ato de resistência, já que estão sendo devastados, é uma boa preparação para o Enem e concursos públicos com alvo em conhecimentos gerais.
Antes de mostrarmos como é a realidade brasileira, vamos conceituar “bioma”, uma palavra criada pelo norte americano Frederic Clements (1943). Significa associações relativamente homogêneas de plantas, animais e outros seres vivos (fungos, bactérias…) com equilíbrio entre si e com o meio físico.
Brasil
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É importante salientar que todos os biomas do Brasil foram e estão sendo duramente modificados pelos seres humanos.
A Mata Atlântica: texto 17, ” Cadê a Mata Que Estava Aqui? “, onde abordamos a sua incrível diminuição.
O Pantanal e a Amazônia estiveram presentes no texto 96, “Os Gigantes da Natureza: Pantanal e Amazonas”, post com dois temas, onde abordamos a maior planície inundável do mundo, além de retratar o rio Amazonas, maior do planeta.
A Amazônia também esteve presente em outros textos. Foi tema no texto 79: “A Amazônia e os Rios Voadores” e no 135: “Bacias Hidrográficas: Amazônica e Platina”.
Cerrado
É o segundo maior bioma do Brasil, com 2.045.064 km² em seu tamanho original. Obviamente, hoje este tamanho não é mais a sua realidade.
Está presente no coração do Brasil, abrangendo a região central do país. Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí e Tocantins são Unidades da Federação presentes neste bioma.
O clima predominante no Cerrado é o Tropical, caracterizado por um período de maior calor e chuva, contrapondo-se a outro mais frio e seco. Por isso é coberto por espécies tropófilas (adaptadas a dois momentos distintos no ano).
Mundialmente, o cerrado é classificado como savana, mesmo tendo algumas diferenças em relação a famosa vegetação africana, onde vivem os maiores mamíferos terrestres da Terra.
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Sua vegetação é caracterizada por árvores baixas, arbustos espaçados e gramíneas. O interessante é que a maioria das plantas possuem adaptações que as protegem contra o fogo, como, por exemplo, casca grossa no tronco.
Pode ser subdividido em cerradão, cerrado típico, campo cerrado, campo sujo e campo limpo. Principalmente a altitude e a proximidade com cursos d’água, causam esta mudança em sua paisagem.
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Segundo estimativas, neste bioma existem cerca de 11.000 espécies vegetais, 837 de aves e 199 mamíferos diferentes. Os números de peixes impressionam, 1200 espécies, além de 180 tipos de répteis e 150 anfíbios. Por volta de 40% das espécies vegetais são endêmicas. Cobras, como a Jiboia e a Jararaca, tatus, veado campeiro, onça pintada, tamanduá bandeira e lobo guará são exemplos da fauna do Cerrado. Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Pelo fato de estar localizado em planaltos, possui as nascentes de grandes bacias hidrográficas brasileiras, como dos rios Paraná, Tocantins e São Francisco.
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Esse desmatamento não só acaba com a flora, como também reduz a fauna. Além disso, menos água infiltra nos solos, diminuindo a recarga dos aquíferos.
Infelizmente, o ser humano foi impiedoso com o Cerrado. Grandes cidades como Belo Horizonte, Goiânia e Brasília, queimadas, produção de carvão vegetal, pecuária e agricultura vem devastando a vegetação original. Somente cerca de 20% do Cerrado ainda está preservado.
Caatinga
É a formação vegetal típica do Semiárido brasileiro, abrangendo cerca de 826 mil Km². Abrange todos os Estado do Nordeste e o norte de Minas Gerais.
Está localizada em uma região em que chove entre 300 a 600 mm por ano. Além de pouca chuva, é bastante irregular ao longo do ano. Para comparação, na Amazônia chove mais de 2.000 mm anuais. As médias de temperaturas são elevadas o ano todo, girando entre 25°C a 29°C.
As plantas devem ser xerófilas, ou seja, adaptadas a uma longa estação seca. Para isso desenvolvem raízes profundas e perdem suas folhas no período mais crítico. Isso é uma estratégia para perder menos água através da evapotranspiração¹. Cactos, bromélias e pequenos arbustos são muito comuns. Árvores baixas, com troncos retorcidos, completam a paisagem. As espécies mais comuns são a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru.
O nome Caatinga vem da língua Tupi-Guarani e significa “caa“- mata e “tinga“- branca. Isso se deve ao visual empoeirado da vegetação, dando um especto mais claro, principalmente na época de maior seca. É o único bioma totalmente brasileiro, não existindo em outro local do planeta.
Ao contrário do que muita gente pensa, a fauna da Caatinga é bastante diversificada. Estima-se que habitem este bioma 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas. A onça-parda, o tatu-bola, o soldadinho do Araripe e a ararinha-azul são exemplos dessa diversidade. Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Infelizmente, assim como os outros biomas do Brasil, a Caatinga vem sofrendo com as investidas humanas. Principalmente a pecuária e as produções de carvão vegetal e lenha, vem modificando bastante a vegetação. Cerca de 80% do bioma original já foi alterado.
Por não ser tão exuberante quanto outros biomas, apenas 1% da Caatinga está protegida por parques ou unidades de conservação.
Outra triste característica é a baixa renda e escolaridade dos moradores do sertão nordestino. Além de aspectos históricos, a seca contribui para tornar esta região a mais pobre do Brasil.
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1 – Evapotranspiração: perda de água de uma comunidade ou ecossistema para a atmosfera, causada pela evaporação a partir do solo e pela transpiração das plantas.
Publicado em 12.10.2016