Em nosso último texto abordamos dois importantes biomas do Brasil, o Cerrado e a Caatinga. O post atual finaliza o assunto em termos nacionais, trazendo os Campos Sulinos e alguns ecossistemas menores.
Campos
Também é conhecido por outros nomes, como pradarias e pampas (termo indígena que quer dizer região plana). Geralmente pampa é o termo utilizada na região argentina, onde o relevo realmente é bastante plano. No Brasil, os Campos podem ter um pouco mais de altitude, indo até o limite com a Mata de Araucárias.
Os Pampas ocupam uma área de 176.496 km² em território nacional, possuindo mais de 3.000 espécies de plantas, 385 de aves e 90 espécies de mamíferos.
É a vegetação típica do Uruguai, partes da Argentina e do Rio Grande do Sul (63% do Estado). É o único bioma do Brasil presente em uma única Unidade de Federação. Isso contribui para que a cultura gaúcha seja bastante diferenciada em relação ao restante do país.
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A paisagem é composta por grandes extensões de terra, relativamente planas, cobertas por gramíneas, herbáceas e pequenos arbustos. Possuem clima subtropical, o que no caso do Brasil, é o mais frio.
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Pelo fato de ser razoavelmente plano, os campos vem sendo totalmente modificados pelos humanos, sendo substituídos por pastos e pela agricultura.
Outras vegetações
Também existem no Brasil áreas com vegetações específicas. Em alguns casos são matas de transição entre um bioma e outro. Chamamos isso de ecossistemas associados, por terem escala de tamanho reduzida.
Mata de Araucária
É uma vegetação classificada dentro do bioma Mata Atlântica, formada basicamente de árvores da espécie Araucaria angustifolia, também conhecida como Pinheiro do Paraná. É a conífera nativa mais conhecida do Brasil, podendo chegar entre 25 a 50 metros de altura.
Está presente em pequenos nichos no Sudeste do Brasil, mas, sua abrangência maior são nos estados do Sul. Sempre em locais com uma altitude mais elevada, acima de 400 metros. São encontradas Araucárias até a 1.800 metros de altitude.
O clima característico da região é o subtropical com verões amenos, e muita chuva ao longo do ano. É muito comum um inverno bastante rigoroso para os padrões brasileiros.
Seu tamanho original era de cerca de 200 mil Km², atualmente está bem perto da extinção. Impiedosamente, algo entrono de 2% a 3% da mata nativa ainda está de pé. A indústria madeireira é o grande vilão neste caso.
Mata dos Cocais
É uma vegetação de transição, entre a seca Caatinga e a úmida Floresta Amazônica. Sua porção sul faz divisa com o Cerrado também. Abrange os Estados do Maranhão, Piauí e norte do Tocantins.
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Dentro do coco do babaçu existe uma amêndoa muito utilizada pelas indústrias alimentícias e farmacêutica. Pode ser usado nas produções de biocombustíveis e palmito. O restante da planta pode ser usado como artesanato.
A carnaúba também é muito importante para a economia local. De suas folhas é extraída uma importante cera, largamente utilizada pela indústria. Outro uso muito comum é o polimento de automóveis.
É uma vegetação que também corre risco de acabar, sucumbindo a criação de gado (pastos) e a agricultura (soja).
Vegetações litorâneas
O litoral brasileiro é muito extenso, possuindo um incrível número de vegetações diferentes. A grosso modo, dividimos em dois subgrupos:
Mangues
Manguezais são ecossistemas localizados nos encontros entre as águas de rios com a do mar, sempre em climas mais quentes, como Equatorial e Tropical. São constantemente inundados, fenômeno resultante das marés.
Estão presentes em todos os Estados do Brasil que possuem litoral, com exceção do RS.
São compostos por plantas halófitas, tolerantes a salinidades. São espécies que possuem glândulas nas folhas que expelem o excesso de sal. A água do mangue possui cheiro característico, pois é salobra, intermediária entre doce e salgada. Possuem raízes aéreas, através das quais absorvem o oxigênio do ar, para a sua respiração, já que o solo é muito pobre neste gás essencial.
Possuem grande quantidade de matéria orgânica, sendo berçários para um incrível número de espécies, principalmente crustáceos e peixes. Isso ocorre pelo fato dos mangues terem uma vegetação tremendamente intrincada, favorecendo o crescimento de filhotes, que se escondem facilmente dos predadores.
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Assim como outras regiões naturais, os mangues sofrem bastante com as ações antrópicas. Os esgotos lançados nos rios, invariavelmente, chegam aos mangues, degradando bastante. A construção de portos e o avanço das cidades litorâneas são outro grave problema.
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Por ter um cheiro característico, as vezes bastante forte, é confundido com um local sujo, sendo bastante utilizado pelos humanos como lixões e depósitos clandestinos de entulho. Segundo a ONU, a degradação desse ecossistema vem causando prejuízo de bilhões de dólares a milhões de pessoas, confiram.
Restingas
É a formação vegetal típica das planícies litorâneas brasileiras. É aquela vegetação que comumente atravessamos para chegar a praia, em meio as dunas.
Adaptada a solos arenosos, possui arbustos, vegetação herbácea e espécies forrageiras. Aves, caranguejos e tartarugas marinhas a utilizam como moradia ou local para desova.
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Como 65% da população brasileira vive no litoral, quase 130 milhões de pessoas, esse ecossistema também vem sendo alterado. Muitas áreas de restinga vem sendo substituídas por grandes empreendimentos imobiliários, barracas de praia, hotéis, entre outros.
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Publicado em 19.10.2016