Em nosso último texto abordamos o acelerado processo de urbanização do Brasil. Compreendemos, entre outras coisas, o que é uma área urbana e um município. Neste post iremos abordar alguns conceitos que organizam e classificam as diversas interações entre as cidades existentes no planeta.
Metrópole
São consideradas metrópoles as cidades mais importantes de um país ou região. Aquelas que conseguem exercer alguma influência econômica ou cultural sobre uma vasta extensão de terras. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classificou as 12 metrópoles brasileiras em 3 níveis:
1 – Grande Metrópole Nacional: São Paulo (pelo poder econômico e populacional que possui)
2 – Metrópole Nacional: Rio de Janeiro (ex-capital do Brasil e grande polo televisivo, turístico e artístico do país) e Brasília (atual capital e centro dos 3 poderes em nosso país)
3 – Metrópole: Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre. Todas elas com capacidade de influência sob o seu entorno.
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A essas relações entre cidades damos o nome de Rede Urbana, onde existe uma hierarquia, que continua com os níveis:
- Capital regional (Composto por 70 cidades), subdivididas em A (cidades com cerca de 955 mil habitantes), B (435 mil hab.) e C (250 mil hab.).
- Centro Sub-Regional (164 cidades), subdividida em A (95 mil hab.) e B (71 mil hab.)
- Centro de Zona (556 cidades), subdivididas em A (45 mil hab.) e B (23 mil hab.)
- Centro Local (4.473 cidades). São as menores cidades do Brasil, com influência restrita ao seu município e com menos de 10 mil habitantes.
Conurbação
Esse termo designa duas ou mais cidades próximas que se desenvolveram a tal ponto que suas manchas urbanas se conectaram. Os exemplos mais clássicos são as regiões metropolitanas espalhadas pelo Brasil. Como exemplos, Belo Horizonte e Contagem já unificaram suas áreas urbanas, assim como São Paulo e o ABC Paulista.
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Caso as autoridades das cidades não atuem em conjunto, a conurbação pode trazer inúmeros problemas, principalmente na questão da mobilidade. Manchas urbanas muito grandes exigem uma política de transporte coletivo de qualidade, o que sabemos não existir no Brasil.
Região Metropolitana
É uma área conurbada, envolvendo várias cidades conectadas socioeconomicamente a uma Metrópole. Definidas por leis estaduais ou federais, existem atualmente 70 regiões metropolitanas no Brasil. Mesmo que não tenham uma gestão unificada, a criação de uma RM facilita a obtenção de soluções para os problemas comuns como transporte público, obras, segurança pública, entre outros.
Segundo o IBGE o Brasil possui 12 Regiões Metropolitanas de “primeiro nível”, graduação escolhida pelo instituto. Pela ordem alfabética são elas Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
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Belo Horizonte é um exemplo clássico do que vem ocorrendo nas RM do Brasil. Entre 2015 e 2016 a cidade teve um aumento de somente 0,44% em sua população. Já a região entorno de BH cresceu seis vezes mais, chegando a quase 3%. Atualmente, as metrópoles já estão sem espaço, empurrando a população para o colar urbano. Vejam mais sobre este assunto no site do jornal Estado de Minas.
Cidades globais
Além do Brasil e fora do objeto de estudo do IBGE, existe a classificação Cidades Globais. São aglomerações urbanas que influenciam todo o planeta Terra. São cidades que ditam a economia, além de definir a política e a cultura mundial. São Paulo, Nova Iorque, Hong Kong se destacam pelo lado econômico. Washington, Berlim, Moscou e Pequim são globais pela influência política que exercem. Paris e Milão são grandes expoentes da moda, entrando no hall de cidades mundiais pelo lado cultural, assim como Los Angeles, onde está Hollywood.
Não existe um ranking oficial, mas segundo o Departamento de Geografia da consagrada Loughborough University, as cidades globais também são classificadas, do nível (Alfa ++) até (Gamma -). Após estes níveis existem ainda cidade com (alta suficiência) e (Suficiência).
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As cidades mais globais, portanto, mais importantes do mundo, são Nova Iorque e Londres. Um nível abaixo vem Hong Kong, Paris, Cingapura, Xangai, Chicago, Dubai e Sidney. Veja o ranking completo produzido pela universidade britânica denominado GaWC (2010),
Megalópoles
É uma conurbação de duas ou mais metrópoles. Em uma linguagem mais simples, ocorre quando quando duas ou mais grandes cidades tem suas manchas urbanas conectadas. São as regiões mais urbanizadas do mundo. A primeira megalópole constituída foi entre as cidades de Boston e Washington, chamada Boswash. Mais de 50 milhões de pessoas habitam esta região.
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Atualmente, uma das maiores megalópoles do mundo está localizada no Japão e se chama Tokkaido, englobando as cidades de Tóquio, Kawasaki e Yokohama . Isso é explicado pelo fato do país ser composto por ilhas montanhosas, forçando a população a viver concentrada no litoral. Achatadas próximas ao mar, as cidades japonesas foram se conectando. São 45 milhões de cidadãos vivendo fisicamente conectados.
No Brasil possuímos uma megalópole em formação, entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Cerca de 20% da população brasileira está concentrada neste local, quase 40 milhões de habitantes.
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Megacidades
Esse termo foi criado pela ONU para designar cidades com mais de 10 milhões de habitantes. A Região Metropolitana também conta para o cálculo populacional. A maior megacidade do Brasil é São Paulo, com mais de 20 milhões de habitantes em sua área metropolitana. No mundo, a liderança é da capital japonesa, Tóquio, com população superior a 36 milhões.
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Atualmente temos 21 megacidades no planeta, 12 delas em países subdesenvolvidos. Nosso texto anterior aborda a urbanização caótica ocorrida no Brasil, isso explica os motivos que levam países mais pobres a possuírem mais megacidades. Um êxodo rural descontrolado somado a uma explosão demográfica geram este fenômeno. O caso do Japão foi explicado no item anterior, é falta de espaço mesmo, não tendo relação com má gestão.
O site da revista Exame trouxe uma reportagem com todas as Megacidades e suas populações, confiram.
Gentrificação Urbana
A palavra vem de gentry, uma expressão britânica que designa pessoas ricas, ligadas à nobreza. É um processo bastante interessante e ocorre quando uma parte da cidade, antes completamente degradada, vai sendo revitalizada, se transformando um um local cult, moderno. Pode ocorrer de forma espontânea ou através de políticas governamentais, com investimentos em grandes obras.
Com o tempo, a própria especulação imobiliária vai substituindo o antigo morador de baixa renda por um de classe mais abastada. Esse fenômeno é muito comum quando uma cidade vai sediar um grande evento e um governo quer empurrar os moradores mais pobres para locais mais afastados. Mas também tem pontos muito positivos como a renovação de um local degradado.
O bairro de Williamsburg, no Brooklyn, é um grande exemplo. Por ter uma visão incrível da ilha de Manhattan (NY), se tornou pop entre artistas. Hoje, é um dos locais mais badalados do mundo. Saiba mais sobre este local no site Viaje na viagem.
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No Brasil, a região central do rio de Janeiro passou por um grande processo de revitalização, chamado Porto Maravilha, derrubando um enorme elevado e criando um belíssimo espaço público na região portuária da cidade. Veja todas as novidades do local no site Porto Maravilha.
Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 08.03.2017