169. Oceanos

A água salgada representa cerca de 97,5% de todo recurso hídrico da Terra. Apesar de não ser tão adequada para o consumo, já que é necessária a dessalinização, tem uma importância colossal para a dinâmica do nosso planeta.

Próximo a 71% da superfície terrestre é coberta por mares e oceanos, o que faz deles as grandes vias de comércio internacional. Cerca de 90% das trocas econômicas internacionais são feitas pelas hidrovias oceânicas.

As águas salinas são responsáveis por regular a temperatura mundial e produzir a maior parte do oxigênio que respiramos (algas). Também desempenham funções turísticas, além da pesca e extrações de bromo, magnésio, areia e sal.

Belíssima fotografia do Oceano. Imagem: Internet

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A vida teve início nos oceanos, que hoje abrigam uma enormidade de espécies, tão quanto os biomas continentais. Só conhecemos 10% de toda a complexidade oceânica, sendo ainda uma imensidão de mistérios.

Apesar da água salgada do planeta praticamente ser uma só, unida, existem grandes diferenças dependendo da região em que está localizada.

Diferença entre oceanos e mares

Popularmente confundimos estas duas palavras e damos a elas o mesmo significado. Entretanto, são expressões diferentes. Os oceanos são as grandes massas de águas salgadas do mundo, enquanto os mares são pedaços dos oceanos mais próximos dos continentes.

Como veremos no texto a seguir, os mares são regiões um pouco ou muito reservadas em relação aos oceanos, sendo mais rasas e com maior vida marinha. Isso é explicado pelo fato da radiação solar chegar ao fundo do mar, possibilitando a fixação de corais, o que aumenta exponencialmente o número de peixes. Sendo mais profundos, os fundos dos oceanos possuem uma vida mais escassa e tremendamente adaptada a enormes pressões.

Os 5 oceanos do planeta Terra. Imagem: Internet

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Oceanos

Pacífico: É o maior de todos, contendo quase metade de toda a água do planeta. Representa, sozinho, um terço de toda superfície do nosso planeta, com 180 milhões de Km². Nele está localizado o ponto mais profundo entre todos os oceanos, na Fossa das Marianas. O nome do local é Challenge Deep com 11.033 m de profundidade.

Seu nome deriva do navegador português Fernão de Magalhães que, em 1520, ficou impressionado com a tranquilidade das suas águas ao percorrer o litoral da América do Sul. O nome não combina muito, já que sabemos que o Pacífico pode ser um local bastante perigoso. Provavelmente o europeu deu sorte em sua passagem por aqui. 

Oceano Pacífico, o maior do mundo. Imagem: Internet

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Atlântico: É o segundo maior do planeta com 106 milhões de km² e profundidade máxima de 7.750 metros. Já foi a principal rota mercantil do mundo, conectando a Europa aos EUA, assim como toda a América e África. Vem perdendo espaço para o Pacífico, onde despontam grandes potências como a China. Seu nome vem de Atlas, filho de Netuno, o deus dos mares. É o oceano que banha nosso país.

Oceano Atlântico, o 2º maior do mundo. Imagem: Internet

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Índico: É o menor entre os 3 grandes oceanos, com  74 milhões de km². Pode parecer pouco se comparando aos dois primeiros, mas lembro que o Brasil possui 8,5 milhões de km², mostrando a enormidade do Índico. Ele banha o leste da África, a Ásia e o oeste da Austrália. O nome é básico, deriva da Índia, e possivelmente também da Indonésia, países banhados por ele. Em 2004 foi palco de um dos maiores fenômenos naturais já registrados pelos homens, um enorme tsunami que matou 170 mil pessoas.

Oceano Índico, fechando os 3 grandes do mundo. Imagem: Internet

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Ao pesquisarem os tamanhos dos oceanos em outras fontes poderão encontrar números diferentes. Isso ocorre pelo fato de alguns autores considerarem a existência de mais dois oceanos, o Glacial Ártico, no polo norte, com cerca de 14 milhões de km², e o Glacial Antártico, no polo sul, com 22 milhões de km². Neste caso, os três grandes oceanos cedem parte de tamanho para os dois menores.

Os nomes derivam dos locais onde estão. Para diluir qualquer dúvida, o nome Ártico deriva do grego arctos (urso), já que o local fica sob a constelação da Ursa Menor. Antártica deriva de Anti-Ártico. 

Relevo

Assim como na superfície, os oceanos também possuem relevo, veja como é sua classificação:

  • Plataforma continental: É como se fosse uma continuação do continente dentro da água.  Com declive geralmente suave, alcança cerca de 200 metros de profundidade em média, podendo chegar a 500 m. Em relação a costa pode chegar a mais de 300 Km de distância. Neste local se encontra cerca de 25% de todo petróleo do planeta. É a região dos oceanos com maior vida marinha.

Na cor mais clara, denotando menor profundidade, a plataforma continental brasileira. Imagem: Internet

  • Talude continental: É um declive bem acentuado que vem logo após a plataforma continental, conectando ela com o fundo dos oceanos (planícies abissais), que estão localizados por volta de 3.000 a 4.000 m de profundidade.
  • Margem continental: Como o próprio nome diz, é a parte final dos continentes, englobando tanto a plataforma continental quanto o talude.
  • Planícies abissais: É o nome dado ao fundo do oceano, uma região relativamente plana por volta de 4.000 metros de profundidade, podendo chegas a 6.000. Também chamamos de assoalho submarino. A aplainação desta região se deve ao acumulo de sedimentos recebidos pelos oceanos, tampando o antigo relevo mais irregular. 

No desenho vemos a plataforma continental, o talude e a planície abissal, também chamada de assoalho submarino. Imagem: Internet

  • Dorsais oceânicas: São elevações do fundo do oceano, que se ergueram pela saída de magma do interior da Terra, quando placas tectônicas se afastaram. Do norte ao sul do oceano que divide Brasil e África existe uma enorme divisão, chamada de Dorsal Meso- Oceânica do Atlântico.

No centro do desenho, no fundo do oceano, vemos a elevação das dorsais, como uma cordilheira submarina. Imagem: Internet

  • Vulcões submarinos: Sem muito mistério, são vulcões localizados no interior dos oceanos. O detalhe é que eles podem entrar em erupção e formar uma nova ilha em poucos dias ou horas, como no caso de Surtsey, na Islândia. Saiba mais sobre este impressionante evento no Portal Terra.
  • Fossas submarinas, oceânicas ou abissais: São os locais mais profundos entre todos os oceanos. Se formam nas zonas subducção, onde uma placa tectônica se choca com outra. A menos densa entra por debaixo, convergindo em direção ao manto terrestre. Esse processo gera o rebaixamento do fundo do mar, como se fosse um “V”, chegando a profundidade incríveis. A mais profunda das fossas é a das Marianas, no Oceano Pacífico, já mencionada neste texto.

Clique para ampliar. Esquema mostrando uma subducção e a formação de uma fossa. Imagem: Internet

Poluição

Assim como os rios, os oceanos também sofrem bastante com a poluição. Isso é evidente, levando-se em consideração que eles recebem toda poluição despejada nos cursos fluviais. Esgotos lançados diretamente no mar, produtos químicos e industriais, além de derramamento de petróleo também agravam a situação. Outro problema são os inúmeros navios que despejam quantidades enormes de óleo ao se locomoverem.

Estudos recentes apontam que 14 bilhões de toneladas de resíduos são lançados in natura nos oceanos anualmente. Somente de plástico são 8 milhões de toneladas por ano. Vejam em reportagem da BBC Brasil.

Poluição nos mares. Imagem: Reuters.

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Mesmo tendo a capacidade de depurar poluição, estamos chegando ao ponto dos oceanos não mais conseguirem se limpar sozinhos. Quase metade dos ecossistemas marinhos já foram afetados de alguma forma.

Não é à toa que no filme Matrix, as máquinas nos compararam a vírus. Realmente estamos matando quem  nos hospeda, a Terra.

Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!

Publicado em 26.06.2017