Como já é de conhecimento geral, os seres humanos, principalmente após as revoluções industriais, vêm modificando de forma preocupante o clima do planeta. Abordamos parte do problema nos textos sobre o aquecimento global. Entretanto, outras graves mudanças estão sendo promovidas e nos afetam diretamente. Escolhemos 4 questões bem sinistras para maior alerta e conhecimento geral:
Chuva Ácida
Primeiramente é necessário mencionar que todas as chuvas já são ligeiramente ácidas. O pH neutro é 7, já o das chuvas comuns orbita abaixo de 6. Isso ocorre pela reação entre a água e o dióxido de carbono presente na atmosfera, formando o ácido carbônico. Por isso os médicos não indicam beber água da chuva, a menos que seja a única possibilidade e que isso não se torne um hábito.
Chuva ácida é quando o pH da água está abaixo do normal, chegando a incríveis 3,5 como na poluída Cubatão, São Paulo. Isso ocorre pela interação dos poluentes que jogamos na atmosfera com a água.
.
Como exemplo, o dióxido de enxofre (SO2) , emitido por máquinas movidas a combustíveis fósseis, pode se oxidar na atmosfera, se transformando no trióxido de enxofre (SO3), que em contato com a água (H2O), forma o ácido sulfúrico(H2SO4).
A consequência da chuva ácida é a corrosão de tudo que tiver exposto a atmosfera, assim como danos ambientais. Plantas podem perder suas folhas e animais, principalmente aquáticos, podem morrer em consequência do aumento da acidez dos rios e lagos. Os solos também se contaminam, se tornando improdutíveis para a agricultura. Isso pode ser corrigido com calcário, mas aumenta o custo da produção.
.
Seres humanos que consomem produtos agrícolas expostos a chuvas ácidas podem desenvolver problemas no sistema digestivo. As regiões industrializadas são as que mais sofrem com o problema.
Ilhas de Calor
É um fenômeno característico das grandes cidades. Consiste no fato das regiões muito urbanizadas serem mais quentes que o ambiente natural ao seu redor, chegando a estar 10º a mais que o normal. Isso ocorre pelo fato das cidades serem basicamente construídas com materiais que esquentam muito, ou seja, absorvem muita radiação solar, como por exemplo asfalto, cimento, concreto e telhas de amianto. Outro fator importante é a poluição atmosférica, que impede a saída do calor, fenômeno conhecido como efeito estufa, só que em um âmbito local. Para finalizar, os inúmeros prédios impedem a livre circulação do ar.
.
A solução para este problema é a diminuição da poluição urbana, através de uma maior fiscalização das indústrias e dos automóveis. O plantio de árvores e a criação de parques com lagos e lagoas também é indispensável. O albedo da vegetação e da água, ou seja, o coeficiente de reflexão, é maior nas regiões naturais do que nas construídas. Quanto mais radiação o objeto reflete, menos ele esquenta.
.
Não é a toa que os moradores das grandes cidades sofrem com o calor, principalmente nas estações mais quentes.
Inversão Térmica
Em uma linguagem simples, já que o problema é um pouco mais complexo, inversão térmica ocorre quando a renovação do ar poluído das cidades fica prejudicada.
Em um dia comum, o ar quente e poluído das grandes cidades sobe, por ser mais leve, sendo substituído por um ar mais limpo. Entretanto, em madrugadas muito frias, o ar próximo ao solo fica mais frio que a atmosfera acima dele, fato incomum, já que o normal é quanto maior a altitude, mais frio. Dessa forma, o ar gelado e pesado próximo ao solo não se eleva, acumulando poluição, principalmente pelas manhãs.
.
Fazendo uma comparação, é como ligar um automóvel em um ambiente fechado, sem renovação de ar. As consequências são inúmeros problemas respiratórios na população, principalmente entre crianças, idosos e pessoas já com problemas de saúde.
.
Enquanto as ilhas de calor no afetam mais no verão, as inversões térmicas são típicas do inverno. Ambos em ambientes urbanos.
Buraco na Camada de Ozônio
Primeiramente é importante salientar a importância do ozônio (O3) para nós. Ele é um gás rarefeito que se concentra entorno de 22 Km de altitude, absorvendo grande parte da nociva radiação ultravioleta que chega em nosso planeta todos os dias. Sem essa proteção, tenderíamos a ter mais câncer de pele, cegueira e diminuição de nossa resistência imunológica. Os animais e plantas não ficam de fora, também sendo prejudicado pelos raios UVs.
Nas cidades, o ozônio é um dos agentes poluidores, mas nas alturas é um grande aliado dos humanos.
.
Em 1977 foi detectada pela primeira vez uma diminuição na camada de ozônio. A partir daquele ano os estudos sobre o assunto se intensificaram.
Ao longo dos anos a situação se deteriorou, países europeus e a China já tiveram uma redução de 6% em suas proteções naturais. Existe um lugar no planeta onde a situação é pior, abaixo do famoso buraco na camada de ozônio, local da atmosfera onde praticamente já não existe mais o elemento. Ele naturalmente aumenta e diminui todos os anos, tendo como pico máximo a primavera no hemisfério sul.
A causa do problema é grupo de gases conhecidos como CFCs (clorofluorcarbonos). Esses compostos eram muito usados como propelentes, principalmente em sprays, ares-condicionados, extintores de incêndio e refrigeradores.
.
Desde 1987, com a assinatura do Protocolo de Montreal, 180 países signatários comprometeram-se a substituir o CFC em suas indústrias. A partir de então o uso de CFC caiu drasticamente no mundo.
Para surpresa geral, em 2016 foi detectado uma enorme diminuição no buraco, provavelmente causada pelas medidas de restrição ao uso do CFC, aplicadas em décadas passadas. Como o CFC demora em média 8 anos para alcançar a região de concentração de ozônio, as medidas de contenção demoram um tempo para dar resultado. Essa foi uma das poucas notícias positivas em termos climáticos nos últimos anos. Confira a notícia na integra no site G1.
O buraco, provocado principalmente pelo cloro, fica exatamente acima da Antártida, com uma área de 28 milhões de Km². Muito se questiona sobre os motivos da falha estar sobre um dos locais com menor emissão de poluição no mundo. A resposta está relacionada a poderosas correntes de ar, que concentram gases que perduram na atmosfera exatamente em cima do gigante gelado. Confiram essa explicação na íntegra e mais informações sobre a questão no site da Revista Mundo Estranho.
Espero ter aumentado seu conhecimento. Curta nossa página no Facebook e compartilhe nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 17.07.2017
Muito boa a matéria, tratada de forma simples e completa, facilitando o entendimento para os estudantes.
obrigado Jaime, continue acompanhando nosso blog.